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Guia da carreira em Segurança Pública: saiba mais sobre essa área

Com o crescimento das cidades, muitos desafios surgem. Um deles está relacionado com a Segurança Pública. Por isso, essa é uma carreira que, inclusive, tem uma alta demanda no momento. 

Ela é responsável por proporcionar a proteção da população e dos patrimônios públicos e privados, além da manutenção da ordem pública. Inclusive, é uma área que faz parte do sonho de atuação de muitas pessoas.

É o seu, mas ainda não domina muito sobre a área? Então, vem com a gente! Preparamos um guia completo com todos os pontos para você conhecer mais sobre uma das carreiras mais estratégicas e essenciais para a sociedade atualmente.

Confira a seguir!

Conheça a carreira em Segurança Pública

Em primeiro lugar, vamos entender mais sobre a carreira em Segurança Pública. Essa é uma área essencial para proteção e bem-estar da sociedade. A atuação desses profissionais é voltada para prevenir e combater crimes e contravenções, além de ajudar a proteger vidas e propriedades.

Assim, ela é formada por um corpo de profissionais que atuam em diferentes áreas. As atividades se complementam, sendo que cada instituição atua em uma frente diferente. Inclusive, conhecer quais são as áreas em que cada uma exerce suas funções pode ser importante para escolher qual delas é a mais interessante para seu futuro.

O que é a Segurança Pública

O termo “Segurança Pública” diz respeito a um conjunto de ações, políticas e instituições voltadas para garantir a ordem pública, a paz social e a proteção dos cidadãos. Geralmente, quando ouvimos o termo, pensamos logo na ação das polícias, mas não são só elas as responsáveis por isso, sabia?

Entre as competências dessa área, estão:

  • Prevenção e repressão de crimes;
  • Investigação criminal;
  • Proteção civil (incluindo situações de resgate);
  • Proteção ao patrimônio;
  • Resposta a emergências.

A Segurança Pública é um direito fundamental do cidadão e, inclusive, ela está prevista na Constituição, sabia disso? O papel de fornecer ela é do Estado. Porém, as competências de cada uma das instituições podem variar entre as esferas Municipais, Estaduais e Federais.

Mas, claro, também é importante a participação da sociedade das Organizações Não-Governamentais (ONGs) para ajudar na adoção de medidas para segurança pública. 

Principais instituições da segurança pública

A Segurança Pública é composta por várias instituições, que atuam em conjunto e de forma coordenada para proporcionar a proteção necessária para a sociedade como um todo. Para que elas consigam funcionar bem, cada uma possui funções específicas. Conheça mais sobre elas a seguir.

Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) é uma instituição que pode atuar em todo o território nacional. Ela é subordinada ao Ministério da Justiça e, consequentemente, ao Governo Federal.

Entre suas principais atribuições, está investigar crimes na esfera federal, como tráfico de drogas, contrabando, crimes cibernéticos e corrupção. Além disso, a PF atua na segurança das fronteiras, emissão de passaportes e na proteção de autoridades.

Outra função essencial é, também, atuar na inteligência de segurança, coletando e analisando informações para evitar eventuais ameaças à segurança nacional.

policiais federais em caminhonete
A Polícia Federal atua na segurança nacional

Polícia Civil

A Polícia Civil (PC) é a polícia judiciária, subordinada aos estados e ao Distrito Federal. Ela é a responsável pela investigação de crimes e pode atuar, também, na repressão criminal.

Essa é uma instituição que trabalha, geralmente, lado a lado com o Ministério Público e os Tribunais de Justiça. Os profissionais dessa área atuam apurando as infrações penais, coletando provas para processos criminais e investigando eventuais causas de crimes.

É uma polícia estadual e, portanto, atua sob a coordenação das Secretarias de Segurança Pública Estaduais.

Polícia Militar

A Polícia Militar (PM) é uma força estadual, responsável pelo policiamento ostensivo e preservação da ordem pública. Por isso, cada estado tem a sua instituição de PM, vinculada à Secretaria de Segurança Pública Estadual.

Eles são acionados quando há necessidade, por exemplo, de controle de distúrbios, fazer a ronda para evitar roubos e furtos e realizar operações de segurança quando necessário. Também, são responsáveis pela proteção das pessoas e do patrimônio físico em eventos de grande porte.

Além disso, ela também pode ser acionada quando há casos de urgência, em desastres naturais e, também, para prestar o apoio necessário à Polícia Civil.

Polícia Rodoviária Federal

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) é uma instituição responsável pela fiscalização e policiamento das rodovias federais. Os agentes devem realizar a prevenção de eventuais crimes que aconteçam nesses ambientes (como roubos, furtos, entre outros), além do controle do tráfego e aplicação das normas de trânsito.

Ela também atua em ações de socorro e assistência às vítimas de acidentes e pode, também, ser chamada para colaborar com outras forças de segurança em operações conjuntas.

Guarda Municipal

A Guarda Municipal pode ser considerada, também, como parte atuante da Segurança Pública. Ela é responsável pela proteção de bens, serviços e instalações municipais. Também podem atuar na vigilância urbana, ajudando a identificar eventuais crimes e intervindo nos pontos em que é autorizada para isso, sendo um apoio importante para as outras forças de segurança pública.

Ela também pode participar das ações de defesa civil e, quando necessário, fazer o controle de distúrbios em áreas urbanas.

Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros é uma das instituições que faz parte da Segurança Pública que muitas pessoas esquecem. Também é estadual, ou seja, é subordinada ao Governo do Estado de origem.

Ela é voltada para a proteção civil e sua principal atividade (a qual, inclusive, é mais conhecida) é o combate de incêndios e salvamentos. A corporação pode, também, prestar serviços de emergência em caso de desastres naturais. Além disso, eles também atuam em ações preventivas, realizando inspeções e orientações sobre segurança contra incêndios.

Polícia Penal

A Polícia Penal é uma força responsável por manter a ordem no sistema prisional brasileiro. Isso vale tanto no ambiente externo (como a recaptura, monitoramento e análise de eventuais tentativas de intervenção externa nos presídios) quanto interna (como controlar rebeliões, realizar as revistas pessoais em dias de visitas e nos detentos, verificar os itens que adentram esses espaços, entre outros).

policial com prisioneiro em prisão
A Polícia Penal mantém a ordem no sistema prisional

Como está o mercado para a Segurança Pública

O mercado para a Segurança Pública no Brasil é amplo e a tendência é que ele continue se expandindo nos próximos anos. Por isso, se você deseja entrar nessa área, esse é um excelente momento para começar a sua preparação.

A maioria das carreiras hoje possui déficits muito alto de profissionais e, por isso, concursos para conseguir preencher boa parte dessas vagas devem acontecer com frequência nos próximos anos.

Para você ter dimensão, hoje a Polícia Federal possui um déficit de agentes em torno de 30%. E essa é apenas uma das carreiras possíveis. No estado do Rio de Janeiro, um dos mais populosos do país, há um déficit de 25 mil policiais civis e militares.

Em outras carreiras, não é diferente. Por exemplo, no Amazonas, um estado que sofre muito com as questões relacionadas com as queimadas, o Corpo de Bombeiros do estado possui déficit de 92% de profissionais.

Esses dados ainda não levam em consideração, por exemplo, os profissionais que vão se aposentar ou sair das carreiras nos próximos anos e a necessidade de ter um efetivo maior diante do crescimento populacional de uma região. Por isso, se você sonha em entrar nessa área, pode começar a se preparar, pois teremos grandes oportunidades nos próximos anos.

Além disso, os governos federal e estaduais têm investido em políticas de segurança, aumentando o orçamento destinado à contratação e capacitação de novos profissionais. Por isso, além do maior número de vagas, teremos melhores condições de trabalho em breve.

Entrar para a Segurança Pública proporciona diversas vantagens. Por tornar-se um servidor, você terá o benefício da estabilidade de emprego. Seguindo as normas da sua corporação, dificilmente terá problemas com ser mandado embora, diferentemente do que ocorre no mercado tradicional.

Além disso, os profissionais têm acesso a benefícios importantes (como plano de saúde, aposentadoria especial, progressão de carreira e adicional por tempo de serviço), além de remunerações acima da média praticada no mercado.

Cargos e especializações em Segurança Pública

Um dos diferenciais da Segurança Pública é a versatilidade nas possibilidades de atuação na área. Isso porque em uma mesma corporação, é possível atuar em diferentes cargos.

policial mulher falando em celular e olhando quadro de investigação
A Segurança Pública permite a atuação em diferentes cargos

Porém, os concursos são voltados para cargos específicos, então é importante conhecer as principais possibilidades de funções e como eles atuam. Esse é um tema muito extenso, então nós separamos as informações dos principais cargos e seus detalhes. Confira a seguir!

Agente da Polícia Federal

Os agentes da Polícia Federal atuam diretamente nos processos de investigação e repressão de crimes que possuem repercussão em todo o país. Assim, eles são responsáveis por evitar ou identificar ações tais como contrabando, tráfico de drogas e pessoas, crimes financeiros e cibernéticos.

Eles atuam com operações de inteligência, são aptos a realizar prisões e, também, coletam provas nos locais de crime que estão investigando.

homem diante de tela do computador hackeando sistema
A Polícia Federal também investiga crimes cibernéticos

Delegado da Polícia Federal

O papel do delegado é coordenar investigações, sendo a autoridade responsável por esse processo. Ele também supervisiona os agentes subordinados a ele. Também é o profissional que conduz os inquéritos da corporação e representa a instituição em juízo.

Ele é a figura que centraliza as ações realizadas e, também, é responsável pela definição das estratégias de investigação e tomadas de decisões importantes para as operações. É um cargo cujo profissional trabalha sob muita pressão no dia a dia.

Perito Criminal Federal

Dentro da Polícia Federal, há ainda a figura do perito criminal. Esse é o policial responsável por realizar as análises científicas e técnicas nos locais de crime, coletando e identificando evidências que podem ajudar a solucionar crimes. Para isso, realizam análises de balística, química, genética, entre outras.

Investigador da Polícia Civil

Já na Polícia Civil, temos o papel do investigador. Como o próprio nome sugere, são profissionais que atuam na investigação dos crimes na esfera estadual. Podem interrogar suspeitos e testemunhas e elaboram laudos que podem ajudar a colaborar com o Ministério Público para resolver crimes.

Escrivão da Polícia Civil

Os escrivães são uma parte importante da Polícia Civil. Eles são responsáveis pela formalização dos atos processuais. Quando uma pessoa vai a uma delegacia prestar depoimento, por exemplo, é essa figura a responsável por fazer o registro dessa ação. Além disso, também são responsáveis por elaborar inquéritos policiais e gerenciar a documentação das investigações.

Papiloscopista da Polícia Civil

Em alguns estados, há a figura do papiloscopista na Polícia Civil. Esse profissional é responsável por fazer a identificação de indivíduos por meio da análise de elementos biométricos, como a impressão digital.

Pois é, sabe aquela imagem clássica do policial que entra na cena do crime e coleta as digitais presentes no ambiente? Quem faz essa função é o papiloscopista! Eles também podem atuar na identificação de vítimas de crimes, facilitando a comunicação de falecimento para os familiares.  Eles podem atuar tanto no laboratório quanto tem campo.

Delegado da Polícia Civil

Os delegados da Polícia Civil trabalham de forma semelhante aos que operam na PF, porém, na esfera estadual. Eles também coordenam investigações criminais, conduzem inquéritos e são responsáveis por dirigirem equipes de investigadores e escrivães.

Praça da Polícia Militar

Os “praças” da Polícia Militar são os policiais de patente mais baixa (soldados, cabos e sargentos). Eles são responsáveis pelo policiamento ostensivo (patrulhamento) e manutenção da ordem pública, além de estarem presentes nas operações.

Em alguns casos, podem também ser designados (ou, então, fazerem provas de acesso para) unidades especializadas. A mais conhecida delas no Brasil, devido ao filme “Tropa de Elite” é o Batalhão de Operações Especiais (BOPE). Mas, ainda, existem outras unidades especiais, tais como:

  • Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM);
  • Cavalaria;
  • Comando de Operações Especiais (COE).
policiais a cavalo em patrulha
A Cavalaria é uma unidade especial da Polícia

Oficial da Polícia Militar

Enquanto os “praças” atuam nas ruas e na parte prática, os oficiais são os responsáveis pelo comando e administração das unidades militares. Eles também atuam fazendo o planejamento estratégico das operações e coordenações de missões. Por isso, possuem patente mais alta, devido à sua responsabilidade, como capitão, major e coronel.

Policial rodoviário federal

Os agentes da polícia rodoviária federal são responsáveis por fazer o patrulhamento e fiscalização das rodovias federais. Com isso, ajudam tanto na prevenção quanto, também, na identificação de crimes. Podem, também, prestar socorro imediato em caso de acidentes nesses locais.

Guarda civil municipal

Os agentes da guarda civil municipal atuam apenas dentro da sua cidade de lotação. Eles devem proteger tantos os bens, serviços e instalações do município quanto, também, auxiliarem as outras forças na manutenção da ordem nas cidades. Também podem ajudar na prevenção de crimes, seja com o monitoramento de ações suspeitas quanto, também, impedindo, efetivamente, que problemas aconteçam.

Bombeiro militar

Os bombeiros militares são profissionais voltados para situações de resgate e emergência. Eles atuam combatendo incêndios, realizam salvamentos em diferentes contextos (incluindo no mar) e podem trabalhar, também, em casos de desastres aturais (como alagamentos, enchentes, deslizamentos, entre outros). É uma profissão delicada, sempre envolvida em situações de salvamentos.

Perito criminal

Os peritos criminais podem atuar tanto dentro das Polícias Civis quanto nas Polícias Científicas. Eles cumprem o papel semelhante ao do perito da Polícia Federal, analisando evidências de locais nos quais aconteceram crimes, em busca de evidências que ajudem a resolver algum caso em aberto. 

Agente penitenciário

Os agentes penitenciários podem trabalhar tanto na esfera federal, no Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) quanto, também, e nos sistemas penitenciários estaduais. Eles são responsáveis pela segurança, vigilância e reabilitação dos detentos, garantindo o cumprimento das penas e a ordem nos presídios.

Salários e benefícios

Atuar na Segurança Pública é uma grande responsabilidade e, por isso, é importante saber se, de fato, essa é uma carreira que interessa a você. Um dos pontos que ajudam a tomar essa decisão é analisar, justamente, os salários recebidos e os benefícios.

Cada instituição e cargo possui salários específicos, que podem variar bastante entre eles. Inclusive, até mesmo uma mesma função pode ter remunerações diferenciadas, dependendo do estado que você está pesquisando.

Quer ver um exemplo? Um delegado da Polícia Civil em Minas Gerais começa recebendo, inicialmente, R$ 12.967,43. Já o mesmo cargo, no estado do Rio de Janeiro, recebe inicialmente R$ 18.483,95. Uma diferença significativa, não é mesmo?

delegacia no Brasil
Os salários, como de delegados, podem variar de estado para estado

Então, vamos trazer os salários iniciais das carreiras de cada instituição em alguns dos principais estados do Brasil. Mas vale lembrar que esses valores podem mudar também ao longo do tempo, então é fundamental olhar o edital de abertura para ter uma noção atualizada das remunerações.

Além disso, a maioria das carreiras da Segurança Pública possuem alguns benefícios, fornecidos junto com o salário. São elas:

  • Plano de saúde;
  • Adicional de risco;
  • Vale alimentação e vale transporte;
  • Valores a mais em caso de serviço extra;
  • Auxílio-creche;
  • Plano de carreira, entre outros.

Salários das carreiras da Polícia Federal

Como essa é uma carreira federal, os valores iniciais de cada cargo são os mesmos em todo o território nacional. São eles:

  • Agente da Polícia Federal: R$ 14, 7 mil;
  • Perito da Polícia Federal: R$ 27,8 mil;
  • Escrivão da Polícia Federal: R$ 14,7 mil;
  • Delegado da Polícia Federal: R$ 27,8 mil.

Salários das carreiras da Polícia Civil

As carreiras da Polícia Civil são estaduais, então os valores podem mudar entre cada estado. Por isso, preparamos uma tabela com os valores das funções da PC nos principais estados do país. Confira a seguir!

CargoMinas GeraisSão PauloGoiásBahiaRio Grande do SulAmazonas
DelegadoR$ 12.967,43R$ 15.037,99R$ 21.615,12R$ 13.032,44R$ 21.574,35R$ 20.449,05
PeritoR$ 12.473R$ 12.954,40R$ 12.247,85R$ 12.065,35R$ 16.421,32R$ 16.237,85
InvestigadorR$ 5.097,13R$ 5.879,68R$ 5.767,18R$ 3.969,56R$ 6.366,80R$ 12.948,78
EscrivãoR$ 4.631,23R$ 5.879,68R$ 6.353,13R$ 4.873,18R$ 6.366,80R$ 12.948,78

Salários das carreiras da Polícia Rodoviária Federal

Para quem faz parte da PRF, o salário de entrada é de R$ 12,2 mil. Além disso, há também as bonificações e gratificações, que também se somam ao salário nesse caso.

Salários dos bombeiros militares

O salário inicial dos bombeiros militares pode variar conforme o estado no qual o profissional está lotado. Em média, segundo o site Glassdoor, a média de pagamento no Brasil todo é de R$ 5000. 

Confira na tabela a seguir os salários iniciais (após o Curso de Formação de Oficiais — CFO) em alguns dos principais estados do país:

CargoMinas GeraisSão PauloGoiásBahiaRio Grande do SulAmazonas
Bombeiro militarR$ 11.037,15R$ 9.401,61R$ 14.307,52R$ 10.718,00R$ 11.500,39R$ 12.879,63

Cultura, oportunidades e desafios da carreira

Agora que você conhece mais sobre as principais funções e salários das carreiras na área de Segurança Pública, já está um passo mais próximo de saber se, de fato, esse é um caminho que deseja para sua vida profissional. Porém, não são apenas essas informações que fazem a diferença ao optar por uma carreira.

Conhecer o ambiente de trabalho, as oportunidades que essa função pode proporcionar e, especialmente, os desafios que encontrará, também, precisam ser levados em consideração nessa decisão.

Então, esse é um tema que não poderia faltar neste guia, não é mesmo? Conheça mais sobre esses pontos a seguir!

Ambiente de trabalho

Por serem muitos cargos e instituições diferentes, o ambiente de trabalho na Segurança Pública é diversificado e pode variar bastante. Os profissionais dessa área podem trabalhar em diferentes contextos, mesmo em uma mesma corporação.

Por exemplo, um Policial Civil pode atuar com ação nas ruas (como perito ou investigador) ou, então, lotado nas delegacias (escrivão). E isso já muda completamente o ambiente de trabalho. 

Mas, de modo geral, o ambiente de trabalho em uma área que cuida da segurança é repleta de desafios e dinamismos. Dificilmente você terá uma rotina entediante, mesmo em cargos mais administrativos. Além disso, a pressão é alta, já que falhas podem causar danos altos para a sociedade e, inclusive, colocar-se em risco.

Então, vamos mostrar a seguir mais sobre as dinâmicas de cada instituição.

Polícia Federal

Os agentes da Polícia Federal podem trabalhar tanto dentro de escritórios quanto, também, em campo. Os profissionais lidam com análises de documentos, elaboração de relatórios e condução de investigações. 

Os agentes que vão às ruas podem participar de operações, o que exige uma boa resiliência emocional para lidar com a pressão e adrenalina nesses momentos. Além disso, muitos profissionais também trabalham viajando frequentemente ou, então, atuarem em regiões de fronteiras.

Polícia Civil

O ambiente de trabalho dos policiais civis é geralmente dividido entre delegacias, onde são conduzidos os inquéritos e atendido o público, e locais de crime, onde são realizadas investigações. As delegacias podem ser gerais ou, então, especializadas (como Delegacia da Mulher, Delegacia de Crimes Cibernéticos, Delegacia dos Animais, entre outras possibilidades).

Polícia Militar

Os praças da Polícia Militar, incluindo soldados, cabos e sargentos, atuam principalmente em campo, ou seja, diretamente nas ruas. Eles circulam na cidade, realizando patrulhamento ostensivo e respondendo a eventuais emergências assim que são chamados. 

A rotina pode ser fisicamente desgastante e, também, cansar bastante mentalmente. Por isso, são profissionais que precisam cuidar da sua preparação constantemente e ter um treinamento rigoroso para conseguirem exercer as atividades.

Corpo de Bombeiros

O ambiente de trabalho do Corpo de Bombeiros pode ser qualquer ambiente no qual esteja acontecendo um incidente. Isso pode ser um incêndio, acidentes, desastres naturais ou outras emergências. Há, ainda, os profissionais que ficam lotados em locais específicos (como os salva-vidas de praias).

É uma dinâmica altamente exigente e com riscos significativos. Por isso, esses profissionais precisam ter um bom preparo físico e mental.

Quando não há um problema local para ser solucionado, os bombeiros ficam nos quartéis, aguardando de prontidão por chamados que podem surgir a qualquer momento.

Guarda Municipal

O ambiente de trabalho da Guarda Municipal, geralmente, são as ruas do município. Isso inclui patrulhamento urbano e presença em áreas públicas, como parques e edifícios municipais. 

Desafios enfrentados pelos profissionais

Quando falamos em profissões desafiadoras, pode ter certeza de que a Segurança Pública está sempre no topo da lista. Para poderem exercer o papel de garantir a proteção da sociedade, eles se colocam em diversos riscos no dia a dia, além de ter uma pressão enorme para evitar falhas.

policial estressado com mão na cabeça
A área de Segurança Pública tem muita pressão e riscos

Por isso, é fundamental mergulhar nesse assunto, até mesmo para entender se você se sente capaz de lidar com esses pontos. Separamos os principais que passam por todas as carreiras dessa área a seguir.

Exposição constante a perigos

Um dos pontos mais desafiadores, que impacta consideravelmente a qualidade de vida desses profissionais, é a exposição frequente a perigos em suas atividades. Todos eles, sejam policiais, guarda ou bombeiros, estão sempre envolvidos em atividades de alto risco.

Por exemplo, os policiais que atuam nas ruas podem passar problemas com confrontos armados ou realizar operações em áreas de alta criminalidade. Por mais que utilizem os equipamentos necessários para prevenir riscos à vida (como coletes a prova de balas), ainda assim há um perigo considerável na atividade.

Da mesma forma, os bombeiros estão expostos a situações de desastres naturais ou condições adversas para realizar salvamentos. 

Ambas as situações colocam esses profissionais expostos a chances de ferimentos, traumas físicos e, até mesmo, morte. Por isso, são profissões que exigem treinamentos rigorosos e padrões de conduta exigentes, para que eles possam reagir da forma mais adequada e segura em situações adversas.

Além disso, as próprias cenas no dia a dia podem ter impactos psicológicos significativos. Muitos profissionais podem, por exemplo, desenvolver depressão, pânico, burnout e estresse pós-traumático devido à profissão.

Condições adversas de trabalho

Algumas áreas enfrentam o desafio, ainda, de lidar com condições adversas de trabalho. Por exemplo, policiais rodoviários federais, muitas vezes, precisam circular em rodovias que possuem problemas de conservação ou são perigosas.

Bombeiros, por outro lado, lidam com exposição constante a fumaça densa e altas temperaturas. Além disso, em alguns cenários, a própria infraestrutura de trabalho pode ser mais precária e gerar desafios enormes para a realização das atividades. Por isso, esses profissionais precisam ter um alto nível de resiliência e adaptabilidade para lidar com essas situações.

Pressão e estresse

Todos esses pontos e a própria natureza da profissão podem deixar o profissional da Segurança Pública em um estado de pressão e estresse constantes. Afinal, a própria dinâmica do trabalho pode levá-los a situações em que eles necessitam tomar decisões rápidas e críticas, que podem ter consequências de vida ou morte.

Esse estado de alta tensão constante, ao longo do tempo, pode levar a pessoa a um quadro de burnout, ou seja, de esgotamento físico e mental, além de outros problemas de saúde mental.

Até mesmo as áreas administrativas, que não enfrentam essa dinâmica mais perigosa, também sentem uma forte pressão. Prazos curtos e burocracias exigentes podem levar a uma forte exaustão para essas pessoas. 

Carga horária alta e turnos irregulares

Normalmente, os cargos em Segurança Pública trabalham com formação de escalas, que podem ser de 12 horas ou 24 horas seguidas. Com isso, são cargas horárias de trabalho muito altas e, dependendo da dinâmica do dia, ter pouco ou nenhum tempo para descanso ao longo de um plantão, por exemplo.

Muitas vezes, os turnos batem em períodos noturnos, finais de semana e feriados. Isso impacta consideravelmente o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional

Além disso, as dinâmicas de plantões e escalas maiores (ou seja, de um horário regular) pode levar a uma fadiga crônica e, até mesmo, a problemas cardiovasculares e distúrbios do sono. 

policial fazendo investigacao noturna
As escalas noturnas e nos finais de semana influenciam na vida pessoal e na saúde

Pressões legais

Essas profissões são muito visadas pelo público. Contribui para isso, também, a alta visibilidade promovida por programas policiais, que, muitas vezes, televisionam as ações, colocando os profissionais em uma forte cobrança de não poderem falhar.

Erros em operações podem levar tanto a investigações internas, processos judiciais e perda de credibilidade na carreira. Além disso, se for um caso de repercussão pública, o desgaste pode ser alto para o profissional e para pessoas próximas.

Esses profissionais precisam equilibrar a aplicação da lei com o respeito aos direitos humanos. Um erro de julgamento ou uma ação inadequada pode custar a sua profissão, podendo ser exonerado.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Nós passamos por isso anteriormente, mas merece um tópico especial. Uma das grandes dificuldades dos profissionais da Segurança Pública é conseguir manter um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional. 

As demandas intensas, prazos apertados para burocracias e altas responsabilidades podem dificultar essa questão. Porém, isso é essencial para o bem-estar de profissionais que, pela própria natureza da profissão, já são altamente expostos a alta pressão no dia a dia.

A imprevisibilidade da escala, por exemplo, pode levar a dificuldade de ajustes na vida para poder ter momentos de lazer e descontração com amigos e familiares. Por isso, é importante conseguir programar os momentos de folga e férias para realmente conseguir desopilar e esquecer um pouco a dinâmica do trabalho.

O apoio familiar e dos amigos nesse ponto é fundamental. Como você viu, toda a dinâmica desse trabalho pode tornar o trabalho altamente estressante e, até mesmo, muito solitário para esses profissionais (mesmo que eles atuem em equipe). 

Contar com o suporte de uma rede de apoio pode fazer toda a diferença para que o profissional consiga relaxar, sentir-se mais seguro e saber que, nos dias mais difíceis, terá apoio de quem ele confia. Além disso, essas pessoas também podem ajudar para que essa pessoa mantenha-se engajada em aproveitar os momentos de lazer e descanso, podendo se desligar do trabalho.

Também, é muito importante que os profissionais da área de Segurança Pública invistam em cuidados com a sua saúde mental. Práticas de autocuidado, como ter atividades de distração (como hobbies), praticar atividades físicas e ter uma alimentação saudável ajuda a manter um maior equilíbrio em relação a essas dinâmicas desgastantes que envolvem esse trabalho.

Caso sinta necessidade, pode ser importante, também, contar com apoio psicoterapêutico, para lidar com traumas, medos e estresses relacionados com o trabalho.

Oportunidades e tendências para o futuro

Mas, claro, não são só os desafios que compõem a área. Também há muitas oportunidades interessantes e mudanças que tornarão as atividades em Segurança Pública mais tranquilas para os profissionais.

Vem com a gente conferir as principais delas!

Avanços tecnológicos

Essa é uma área que tem concentrado muitos esforços para o desenvolvimento de novas tecnologias que ajudem a aumentar a eficácia das ações dos profissionais. Muitos aparatos que, inclusive, já fazem parte do dia a dia de muitas pessoas estão sendo adaptados para serem utilizados nessa área.

mulher falando em comunicador e olhando tela
A tecnologia vem sendo implementada na Segurança Pública

Por exemplo, o uso de drones tem ajudado no monitoramento de áreas antes de operações, para reconhecimento do território e criação de estratégias que ajudem a proporcionar maior segurança tanto para os agentes quanto para a população da região.

Além disso, outras tecnologias que estão sendo implementadas e que ganharão maior espaço nos próximos anos são:

  • Câmeras de vigilância de alta definição;
  • Sistemas de reconhecimento facial;
  • Uso de Big Data e recursos preditivos para analisar áreas com maiores chances de ocorrência de crimes;
  • Uso da Inteligência Artificial para planejamento e adoção de estratégias mais eficientes.

Porém, ainda há muita discussão sobre o assunto, especialmente, no que diz respeito às questões éticas sobre o assunto. Por exemplo, os sistemas de reconhecimento facial ainda apresentam muitos problemas relacionados com falhas, especialmente devido a vieses de racismo algorítmico. 

Um caso emblemático aconteceu em 2023, durante o Carnaval, no qual uma pessoa identificada pelo sistema implementado na Bahia ficou presa por 26 dias, mesmo sendo inocente.

Os algoritmos têm sido uma ferramenta tecnológica de reprodução do racismo que a gente já tem na nossa sociedade, principalmente nas forças de segurança.

Pablo Nunes, coordenador adjunto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).

Especializações profissionais

As qualificações para profissionais da área estão aumentando cada vez mais e é importante, também, que quem entrar na área busque se especializar para melhorar sua atuação profissional.

Algumas das principais especializações que estão sendo exigidas para quem entra na Segurança Pública são:

  • Crimes cibernéticos;
  • Segurança digital;
  • Direitos humanos;
  • Inteligência de segurança;
  • Operações especiais.

Geralmente, para quem está já inserido nessas áreas, as instituições oferecem as formações necessárias para atualizar os conhecimentos dos profissionais. Mas, também, se você tem interesse em trabalhar na área, é interessante já começar dominando esses assuntos.

Parcerias público-privadas

Há uma tendência no fortalecimento das relações entre o setor público e privado na área de segurança. Essas colaborações podem incluir desde a implementação de tecnologias de segurança a, até mesmo, programas de treinamento conjunto.

Essas parcerias facilitam as trocas de conhecimento e proporcionam mais recursos para as corporações. Por exemplo, empresas que fornecem programas de monitoramento costumam fazer parcerias com as polícias para treinar os profissionais e fornecer os serviços para esses órgãos.

Segurança integrada e inteligente

Outra tendência para o futuro, facilitada pelas tecnologias, é que a Segurança Pública se torne cada vez mais integrada, ou seja, com informações sendo compartilhadas mais facilmente entre diversos órgãos. Por exemplo, as trocas de dados entre Polícia Civil e Polícia Militar estão sendo cada vez mais incentivadas e tornam as ações ainda mais inteligentes.

Além das trocas entre as corporações, também é possível trocar dados com outros sistemas, como sistemas de monitoramento de trânsito e informações fornecidas por serviços de cidades inteligentes, que possuem sensores, câmeras e softwares de análise que podem ajudar nas ações das corporações de Segurança Pública.

Policiamento comunitário

O policiamento comunitário tem ganho muita expressão, justamente, pela possibilidade de proporcionar uma abordagem mais eficaz para melhorar a segurança pública. 

A estratégia visa envolver a comunidade, também, nas ações de segurança, com colaboração junto à população. Por exemplo, ao ver alguma ação suspeita, a comunidade pode comunicar agentes diretamente, facilitando uma intervenção mais rápida e reduzir os crimes ocorridos na região. 

policial mulher falando com mulher em rua
O policiamento comunitário envolve a participação ativa da população

Cibersegurança e crimes digitais

Com a presença do mundo digital cada vez mais forte em nossas vidas, vemos a importância de cuidados com a segurança cibernética e como ela é uma prioridade na Segurança Pública. 

Desta forma, os profissionais precisarão cada vez mais entender melhor sobre os crimes cibernéticos, como fraudes online, ataques de hackers e roubo de identidade. Assim, quem se especializar em segurança digital e área forense cibernética, poderá conquistar chances de ser alocado nessa função quando for chamado para o trabalho.

Sindicatos e associações profissionais

Outro ponto importante é que os futuros profissionais fiquem atentos para a atuação dos sindicatos e associações ligadas a sua área de trabalho. Ambas auxiliam a proporcionar um papel crucial na defesa dos direitos e interesses de quem trabalha na Segurança Pública.

Essas entidades oferecem suporte emocional e jurídico, ajudam a proporcionar capacitação contínua e ajudam a representar os interesses da categoria no momento de negociar aumentos e melhores condições de trabalho. Vamos conhecer mais sobre elas a seguir.

Sindicatos

Os sindicatos são responsáveis por ajudar a defender os direitos trabalhistas dos associados. Eles ajudam a negociar acordos coletivos, a conseguir melhores condições de trabalho junto aos governos federais, estaduais ou municipais (dependendo da organização) e podem, até mesmo, oferecer assistência jurídica quando o profissional possui algum problema trabalhista.

Alguns dos principais sindicatos dessas categorias são:

Os sindicatos possuem uma grande importância, justamente, pelos benefícios que eles proporcionam para as classes profissionais da Segurança Pública. Estão entre as principais vantagens que eles proporcionam:

  • Suporte e representação: realizam a defesa dos direitos da classe e interesses em negociações com empregadores e órgãos governamentais. Eles trabalham para garantir condições de trabalho justas, remuneração adequada e segurança no emprego
  • Capacitação e desenvolvimento profissional: podem realizar a capacitação contínua e o desenvolvimento profissional dos seus membros. Elas organizam cursos, workshops, congressos e seminários que oferecem oportunidades de aprendizado e atualização sobre as últimas tendências e inovações na área;
  • Apoio jurídico e assistência profissional: podem ajudar na resolução de questões trabalhistas e proteger os direitos dos profissionais. Além disso, oferecem apoio social e psicológico para ajudar os membros a lidar com os desafios da profissão, como estresse, traumas e burnout.

Associações Profissionais

As associações profissionais podem ajudar a cobrir áreas de atuação dos sindicatos, nos casos em que é vetado a criação dessas organizações. Por exemplo, Policiais Militares e Bombeiros Militares não podem se sindicalizar. 

Além disso, as associações também ajudam a proporcionar um ponto de apoio para os profissionais. Podem, por exemplo, realizar qualificações profissionais e treinamentos, ajudar nas intermediações em negociações, além de ser um ponto de suporte, inclusive, emocional em alguns casos.

bombeiros militares em desfile
Policiais e Bombeiros Militares não podem se sindicalizar

Algumas das principais associações profissionais da área de Segurança Pública são:

Além disso, podemos citar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Apesar de não ser uma associação profissional, o CNJ desempenha um papel essencial na regulamentação do sistema de Justiça, o que impacta diretamente as atividades dos profissionais da Segurança Pública. 

O CNJ é um ponto de elo entre as instituições da área de Justiça (como o Ministério Público Federal) e da Segurança Pública, facilitando trocas de informações e cooperação entre esses entes. Além disso, também ajuda no desenvolvimento de políticas e diretrizes para a melhoria do sistema.

Regulamentações e ética profissional

A Segurança Pública é uma das áreas que está mais submetida a rigorosas regulamentações. Afinal, eles são responsáveis por garantir o cumprimento das legislações nacionais e, por isso, devem segui-las, também, durante suas atividades. 

Além disso, quando um agente da Segurança Pública falha, os danos podem ser gravíssimos, como uma prisão indevida, danos patrimoniais e, até mesmo, perdas de vidas podem acontecer. Por isso, as regulamentações são muito rígidas, para garantir a integridade e eficiência das ações.

Conheça a seguir algumas das principais regulamentações e questões relacionadas com ética que fazem parte da rotina desses profissionais.

Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação)

Esta lei regulamenta o acesso a informações públicas, promovendo a transparência e a accountability nas instituições de Segurança Pública. Profissionais devem assegurar que suas ações e decisões estejam documentadas e acessíveis, salvo em casos que envolvam sigilo por questões de segurança.

Lei nº 13.675/2018 (Lei de Sistema Único de Segurança Pública – SUSP)

Essa é a lei responsável pela criação e instituição do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e estabelece diretrizes para a integração das ações de segurança pública e defesa social em nível federal, estadual e municipal. Ela visa aumentar a eficiência das operações, promovendo cooperação entre as diferentes forças de segurança.

Código Penal e Código de Processo Penal

Os profissionais da Segurança Pública são parte importante na busca pelo cumprimento das legislações vigentes, especialmente do Código Penal e Código de Processo Penal. Por isso, eles precisam exercer suas funções em conformidade com esses dois compilados de leis.

É por isso que, nos concursos públicos para essa área, há sempre questões sobre Direito Penal e Direito Processual Penal. Afinal, o futuro profissional precisa saber bem esses assuntos.

Ambos, inclusive, estabelecem as bases legais para a atuação policial, incluindo as bases legais da atuação dos agentes de segurança, procedimentos de prisão e como as evidências precisam ser coletadas. Isso é essencial para garantir que as ações sejam legais e respeitem os direitos dos cidadãos.

balanca e malhete em cima de mesa
Direito Penal e Processual são áreas que caem em concursos

Código de ética e Estatuto do Servidor

O Código de Ética dos profissionais de Segurança Pública estabelece princípios e normas que orientam a conduta dos profissionais no exercício de suas funções. Ele assegura que as ações dos profissionais sejam guiados não só pela legalidade, mas, também, por valores éticos que, muitas vezes, não estão descritos no corpo da lei. 

Cada instituição terá seu próprio Código de Ética. Por exemplo, o da Polícia Federal é diferente do que rege as Polícias Civis e Militares. Além disso, os profissionais precisam seguir, também, o Estatuto do Servidor Federal ou Estadual, dependendo da sua atribuição.

Respeito aos direitos humanos

Esse ponto estás previsto no Código de Ética, mas, também, é essencial estar atento para atuar sempre em conformidade com os direitos humanos. Os profissionais de Segurança Pública devem tratar todos os indivíduos com dignidade e respeito, garantindo que suas ações não resultem em discriminação, abuso ou violação dos direitos fundamentais.

Transparência e Accountability

A transparência nas ações e decisões auxilia a manter a confiança pública nas instituições de Segurança Pública. Profissionais devem garantir que suas operações sejam conduzidas de forma que estejam disponíveis para avaliação pública. A accountability, ou responsabilidade, implica que os profissionais respondam por suas ações e estejam sujeitos a mecanismos de supervisão e controle.

Sigilo profissional

Principalmente aqueles que atuam com investigações, precisam saber manter o sigilo sobre informações confidenciais obtidas no exercício das funções, divulgando apenas o necessário para a justiça ou segurança pública. Esse ponto é fundamental para proteger tanto a segurança e integridade das investigações quanto a privacidade dos indivíduos envolvidos.

Uso da força

O uso da força deve ser sempre proporcional, necessário e legal. Os profissionais de Segurança Pública devem evitar o uso excessivo da força, atuando conforme as determinações de legalidade, necessidade, proporcionalidade e humanidade.

Como ingressar na carreira de Segurança Pública

A carreira em Segurança Pública tem uma peculiaridade em relação a outras áreas: por tornar-se um servidor público, o ingresso na carreira é feito de forma diferente a outras áreas, nas quais há processos seletivos tradicionais. Nesse caso, o seu ingresso é feito por meio de concursos públicos.

Vamos entender mais sobre como isso funciona a seguir!

Preparação física

Essa é uma área que exige uma excelente condição física para enfrentar as demandas da profissão. Afinal, muitas vezes, o profissional fará operações de campo, pode enfrentar confrontos físicos e precisar agir rapidamente em situações de emergência.

Por isso, se você está considerando entrar na área, é preciso investir em:

  • Treinamento cardiovascular: atividades como corrida, natação e ciclismo são importantes para desenvolver a resistência cardiovascular;
  • Força muscular: exercícios de musculação e treinamento funcional podem ajudar a aumentar a força e a resistência muscular. Isso ajuda, por exemplo, nas ações de patrulhamento e conseguir intervir com maior tranquilidade em situações de crise. Além disso, muitas operações podem demorar horas e é fundamental que o profissional tenha resistência muscular para lidar com a situação;
  • Flexibilidade e agilidade: a prática de alongamentos e exercícios de agilidade, como circuitos e treino funcional, ajudam a prevenir lesões e aumentar a performance, até mesmo, nas duas atividades anteriores.

Além de prepará-lo para o dia a dia do trabalho, os concursos públicos para essa área exigem a aprovação em testes de aptidão física (TAF). Eles, normalmente, incluem a execução de exercícios como corridas, flexões, abdominais, barras e natação.

jovens rapazes fazendo flexoes em treinamento
O TAF inclui a prática de flexões e corridas

Preparação mental

A preparação física é importante, mas os cuidados com saúde mental também são essenciais, especialmente, para o começo dessa carreira. Afinal, você não estará habituado a muitas questões que já começarão a aparecer, até mesmo, nos cursos de formação.

Nessa área, você precisará lidar com situações de alto estresse e, ao mesmo tempo, precisar tomar decisões rápidas e assertivas. Então, para começar a treinar sua saúde mental para lidar com isso, pode ser interessante fazer as seguintes ações:

  • Dominar técnicas de resiliência e controle emocional: é fundamental saber lidar com o estresse e manter a calma em situações de pressão. Técnicas de mindfulness, meditação e exercícios 
  • Começar a fazer terapia: se está pensando em entrar nessa área? Então pode ser interessante já começar o processo terapêutico. Assim, é possível lidar com inseguranças, temores e ter maior resiliência emocional para quando começar a atuar na Segurança Pública. O suporte psicológico é fundamental para manter a saúde mental, especialmente em situações de crise;
  • Ter hobbies ou atividades prazerosas: como você viu, há um desafio muito grande em conseguir “se desligar do trabalho” quando começa a atuar na segurança pública. Por isso, pode ser importante já começar a criar esse hábito, para mantê-lo quando começar a trabalhar na área.

Concursos públicos

A principal porta de entrada para a Segurança Pública é por meio da aprovação em concurso público. Geralmente, as etapas são:

  • Prova de conhecimentos: você fará uma prova que abrange tanto conhecimentos gerais (como língua portuguesa e raciocínio lógico-matemático) quanto específicos (como Direito Constitucional, Penal, Processual Penal, entre outros);
  • Teste de aptidão física (TAF): geralmente são obrigatórios e variam conforme a instituição. Por exemplo, para Bombeiro Militar, há normalmente a prova de natação, que não é exigida em outras áreas. Os testes avaliam a capacidade física dos candidatos;
  • Avaliação psicológica: essa parte visa identificar se a pessoa possui traços de personalidade e habilidades cognitivas compatíveis com o exercício da função. Por exemplo, se ela é capaz de manter o controle emocional e tomadas de decisões racionais sob pressão;
  • Exame médico: junto com o TAF, ajuda a avaliar se o candidato está em plenas condições de saúde para conseguir realizar as atividades altamente exigentes do dia a dia da profissão;
  • Investigação social: essa parte avalia a idoneidade moral dos candidatos. É avaliado se a pessoa possui antecedentes criminais, seu comportamento social e histórico de vida. Afinal, para atuar na área, é preciso ter uma conduta adequada para o cargo.

Após essa maratona de etapas, se o candidato for aprovado, ele é empossado. A partir disso, fará o curso de formação específico para cada carreira. Esse curso é fornecido pela instituição na qual ele trabalhará.

Nessa fase, a pessoa aprenderá tanto questões teóricas quanto práticas, que prepararão a pessoa para o exercício de suas funções.

policiais em palestra em sala de conferência
Após ser empossado, a pessoa realiza um curso de formação

Caminhos e educação necessária para entrar na área de Segurança Pública

Agora você já está totalmente por dentro da carreira na Segurança Pública e, como viu, o concurso público é a principal forma de conquistar o seu sonho de atuar nessa área. E muitas áreas exigem formações específicas para atuação, sabia?

Por isso, ao final dessa nossa jornada, separamos quais são os caminhos e formações necessárias para conseguir entrar nessa área. Vem com a gente e comece já a planejar seus próximos passos!

Formação superior

Não são todas as carreiras dentro da Segurança Pública que exigem um diploma de formação superior para poder atuar. Porém, nesse caso, é interessante ter uma graduação em seu currículo, pois pode ajudá-lo em caso de empate com outro concorrente.

Além disso, alguns locais oferecem adicional de qualificação para pessoas que possuem nível superior, caso a vaga seja para nível médio. Então, é uma excelente oportunidade para ganhar um extra.

Já outras vagas podem exigir um curso superior específico. É o caso, por exemplo, dos delegados e de oficiais da Policia Militar. Geralmente, é exigido que a pessoa seja bacharel em Direito.

Porém, a maioria dos cargos que exigem nível superior são abertos para qualquer formação. A pessoa só precisa ter um diploma válido de nível superior. Se você ainda não possui um, uma possibilidade interessante é contar com o Tecnólogo em Segurança Pública.

Em primeiro lugar, essa é uma opção para conquistar um diploma mais rapidamente. Com 4 períodos, você poderá fazer suas primeiras provas de concurso para nível superior.

Outro diferencial é que a grade curricular traz diversos temas que, inclusive, podem aparecer nas provas, tais como:

  • Direitos Humanos e Cidadania;
  • Direito e Legislação;
  • Expansão da Criminalidade;
  • Direito Público;
  • Teoria Geral do Direito Constitucional.

Com isso, você consegue já começar a se preparar para as provas e, ao mesmo tempo, começar sua preparação para ser um profissional de sucesso quando for aprovado.

Especializações

Após a graduação, muitas pessoas que atuam nessa área também optam por fazerem especializações que ajudam a atuarem em áreas específicas da Segurança Pública. Isso pode ajudar, inclusive, a ser lotado em funções alinhadas com sua formação quando terminar sua formação.

Entre elas, estão:

Estudos para concurso público

Essa é uma das partes mais desafiadoras e importantes para conseguir realizar seu sonho de trabalhar em uma das carreiras da Segurança Pública. Os concursos públicos são altamente exigentes e estão cada vez mais concorridos, então é essencial fazer a melhor preparação possível.

Caso já tenha uma carreira específica em mente, não espere o edital sair. O tempo entre o documento ser publicado e a realização das provas geralmente é curto. Então, nesse caso, baseie-se nos documentos anteriores.

A partir disso, identifique e classifique os conteúdos, para montar um cronograma. Separe os materiais que serão necessários, incluindo aulas, podcasts, apostilas, vídeos, entre outros.

Duas dicas importantes, ainda, para o sucesso da sua preparação é: mantenha o foco, minimizando distrações durante seus estudos e seja disciplinado. É melhor estudar 15 minutos todos os dias e seguir bem na preparação do que estudar várias horas em um dia e depois passar um bom tempo sem estudar.

Não se esqueça do descanso. Caso fique cansado, terá maiores dificuldades para absorver os conteúdos e poderá ter problemas com lapsos de memória antes da prova.

mulher estudando em casa
É importante manter a frequência nos estudos e tirar um tempo para descansar

Certificações e licenças

Os estudos não precisam parar após a sua aprovação no concurso público, sabia? Quanto mais certificações e licenças você tirar, poderá construir uma carreira diferenciada dentro da sua área de atuação.

Por exemplo, profissionais mais experientes costumam ser chamados para fazerem parte das equipes responsáveis pelo time de formação ou, então, até mesmo, receberem promoções para determinadas áreas. 

Além disso, algumas certificações são essenciais para as atividades que você realizará, como primeiros socorros e resgate, uso de armas de fogo, direção defensiva, entre outros.

Saiba mais: veja como é atuar com Cibersegurança!

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Como se qualificar para entrar na área de Segurança Pública

Agora que você conhece todos os pontos positivos, desafios e tudo que cerca o universo da Segurança Pública, é o momento de começar a trilhar sua trajetória rumo à aprovação em um concurso e a entrada na sua vaga dos sonhos. Para isso, ter uma formação superior pode ajudar muito.

Na Anhanguera, você encontra o tecnólogo em Segurança Pública, com duração de 2 anos. Aproveite a oportunidade para fazer um curso de curta duração, com todos os ensinamentos voltados para áreas policiais e militares, que ajudarão a conquistar pontos importantes nas provas de concurso público.

Além disso, aproveite para ter todos os conhecimentos que ajudarão a tornar-se mais seguro nas suas atividades nessa área. Saia preparado para enfrentar os grandes desafios e torne-se um excelente profissional na área.Faça sua inscrição no tecnólogo de Segurança Pública na Anhanguera e comece sua jornada para realizar seu sonho de trabalhar nessa área!

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