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Guia completo da Carreira em Psicologia

Lidar com os aspectos mais profundos da subjetividade humana pode ser sedutor para muitas pessoas. Para outras, a possibilidade de tratar e cuidar de dores profundas para os pacientes pode ser um propósito de vida.

Independentemente da motivação, a carreira em Psicologia tem sido cada vez mais atrativa. Porém, para saber se essa realmente é a sua área, é fundamental conhecer tudo que está envolvido com essa profissão.

Saiba mais a seguir e tire suas dúvidas sobre o assunto!

Em primeiro lugar, você sabe o que, realmente, um Psicólogo faz? Muitas vezes, quando pensamos nessa carreira, temos a imagem do profissional clínico, que atende os pacientes em seu consultório.

Mas não é apenas essa a possibilidade de atuação de quem se forma nessa área. Fato é que a Psicologia proporciona uma ampla possibilidade de exercício da profissão. 

Então, vem com a gente e saiba mais sobre tudo que cerca esse universo a seguir!

O que o Psicólogo faz

A atuação do Psicólogo, de modo geral, é lidar com as questões ligadas com a psique humana. Ou seja, é uma especialista no estudo do comportamento e dos processos mentais. 

Esse conhecimento é utilizado para ajudar os indivíduos e grupos a superarem desafios, melhorar seu bem-estar mental e compreender melhor a si mesmo e aos outros. Além das possibilidades da psicologia clínica, ele pode atuar com questões relacionadas com:

  • Motivação;
  • Desenvolvimento de liderança;
  • Geração de dinâmica de grupo;
  • Criar ambientes mais saudáveis de trabalho, evitando problemas de saúde mental nesses ambientes;
  • Desenvolvimento de estratégias de aprendizagem;
  • Suporte emocional para estudantes;
  • Adaptação psicopedagógica para alunos com necessidades especiais;
  • Cuidados com pacientes em situação de vulnerabilidade de saúde (acamados, pacientes em cuidados paliativos, entre outros);
  • Cuidados com pessoas em situação de vulnerabilidade social;
  • Realizar terapias em grupo;
  • Desenvolvimento de novas teorias e pesquisas.
psicóloga com pacientes em terapia de grupo
O psicólogo pode trabalhar com questões motivacionais

Possibilidades de atuação

Como você viu, essa é uma profissão versátil, com diferentes possibilidades de atuação em diferentes setores. A seguir, conheça mais sobre as principais delas.

Psicologia clínica

A Psicologia clínica é a atuação mais conhecida dentro da Psicologia. Isso porque os profissionais dessa área são responsáveis pela avaliação, indicação de potenciais diagnósticos e tratamento de questões mentais e emocionais.

Para isso, cada profissional utiliza a abordagem escolhida para sua prática profissional (ainda vamos falar sobre elas mais a frente). Podem tratar pacientes de todas as idades, desde a infância até a terceira idade.

Podem atuar tanto de forma individual quanto, também, para:

  • Terapias familiares;
  • Terapia coletiva de luto;
  • Terapia de casais.

Seu trabalho pode envolver não apenas as sessões de terapia individual, mas também pode ser necessário articular essa possibilidade com as terapias de grupo e aconselhamento psicológico. Em alguns casos, pode ser necessário adaptar as técnicas da abordagem conforme as necessidades de cada paciente específico.

Quem atua nessa área está preparado para lidar com as mais diferentes questões que podem surgir na clínica, entre elas:

  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Síndrome do pânico;
  • Síndrome de Burnout;
  • Estresse Pós-Traumático;
  • Transtornos de personalidade;
  • Problemas de adaptação social e familiar.

Ela pode atuar em conjunto, também, interdisciplinarmente, com os psiquiatras. Isso porque esses especialistas, com conhecimentos sobre psicofarmacologia, sabem que as intervenções medicamentosas podem ser necessárias para proporcionar conforto e qualidade de vida para seus pacientes.

Além disso, todos os atendimentos são pautados em confidencialidade, respeito e integridade, conforme estipulado pelo código de ética profissional.

Avaliação neuropsicológica

Outra possibilidade de atuação é na realização de avaliações neuropsicológicas, essenciais na Psicologia. Elas examinam as relações entre cérebro e comportamento, permitindo aos neuropsicólogos avaliarem as funções cognitivas de um indivíduo.

Isso envolve:

  • Memória;
  • Atenção;
  • Funções executivas;
  • Linguagem;
  • Habilidades visuais;
  • Habilidades espaciais e motoras.

Com isso, a partir de uma série de testes padronizados, é possível identificar se há algum quadro que mereça maior atenção. Isso vale desde condições neurológicas e psicológicas que afetam o funcionamento cognitivo (como uma disfunção de memória recente) a questões relacionadas com personalidade e transtornos.

Alguns pontos que as avaliações neuropsicológicas podem abordar são:

  • Sinais de traumas cerebrais;
  • Indicativos de demência;
  • Transtornos de aprendizagem;
  • Sequelas de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs);
  • Altas habilidades;
  • Presença de transtornos e quadros de saúde mental diversos (como o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade — TDAH);
  • Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Com esses dados em mãos, é possível que os neuropsicólogos e psicólogos clínicos possam planejar intervenções adequadas e personalizadas, orientar tratamentos e acompanhar a progressão ou a recuperação de funções cognitivas ao longo do tempo.

Assim, o profissional de Psicologia pode se especializar na aplicação dessas avaliações, tão importante para a adaptação de pessoas em determinados contextos. 

psicóloga com adolescente fazendo atividade
A avaliação neuropsicológica trabalha com transtornos de aprendizagem

Psicologia do trabalho e Recursos Humanos

Essa é uma área voltada para proporcionar as melhores condições para exercício das atividades em empresas, focando na análise, design e melhoria das condições de trabalho. A ideia é promover saúde, bem-estar e eficiência dos trabalhadores nas organizações.

Nesse contexto, os psicólogos devem trabalhar para entenderem como as práticas de gestão influenciam o comportamento humano no trabalho. Assim, contribuem significativamente para a satisfação e produtividade dos profissionais.

Eles podem:

  • Desenvolver e implementar processos de recrutamento e seleção;
  • Fazer o treinamento dos novos profissionais;
  • Serem responsáveis pelo desenvolvimento de talentos;
  • Preparar profissionais para se tornarem lideranças nas empresas;
  • Realizar testes psicométricos e dinâmicas de grupos;
  • Avaliação de clima organizacional;
  • Resolver conflitos;
  • Ajudar no planejamento de carreiras.

Isso também pode implicar em trazer técnicas da psicologia clínica que podem ajudar os profissionais a terem maior foco e saberem como lidar com a pressão no dia a dia. Por exemplo, abordar técnicas de mindfulness e gestão de estresse.

Psicologia forense

Também chamada de psicologia jurídica, esse é um campo que está ligado ao sistema judiciário. Os especialistas utilizam seus conhecimentos para auxiliar juízes, advogados e outros profissionais a entenderem nuances que estão relacionadas com comportamentos relevantes para determinados casos.

Por exemplo, ele pode ser o responsável por avaliar se uma pessoa é inimputável por ter alguma questão que interferiu no problema judicial que ela está passando. Da mesma forma, também pode estar ligado à emissão de laudos que podem respaldar ou não uma decisão de progressão de pena.

Eles podem atuar em diferentes frentes, entre elas:

  • Avaliação da competência de réus para participar de julgamentos;
  • Analisar o estado mental de acusados no momento de crimes;
  • Avaliar a credibilidade de testemunhas;
  • Realizar o tratamento e reabilitação de criminosos, para auxiliar na redução de reincidência;
  • Analisar casos de guarda de menores;
  • Avaliar suspeitas de abuso em menores;
  • Atuar em mediações de conflitos.
psicóloga e réu em entrevista
Avaliar réus faz parte da Psicologia forense

Psicologia educacional

Essa é uma área que foca nos processos de ensino e aprendizagem. Com isso, são profissionais que ajudam a realizar intervenções pedagógicas, e o desenvolvimento de práticas educativas que aumentem a motivação e o desempenho dos estudantes. 

Por isso, eles estão sempre atuando em parceria com pedagogos e coordenadores pedagógicos. A ideia é criar ambientes de educação ricos, inclusivos e acolhedores para todos os alunos.

Algumas de suas principais atribuições são:

  • Contribuir para trazer as teorias de aprendizagem mais modernas;
  • Potencializar o desenvolvimento cognitivo e social;
  • Identificar dificuldades de aprendizagem ou barreiras comportamentais que atrapalham o sucesso educacional;
  • Desenvolver planos de intervenção personalizados;
  • Promover práticas inclusivas que respeitam as variadas necessidades educacionais dos alunos.

Além de todos esses pontos, eles podem ajudar no treinamento de professores para saberem lidar com os desafios em sala de aula. Principalmente em espaços inclusivos, isso é fundamental para acolher todos os alunos, independentemente de sua condição.

Psicologia esportiva

Você sabia que os atletas de alta performance, geralmente, possuem acompanhamento psicológico especializado? Esse é o campo da psicologia esportiva! A ideia é promover o bem-estar dos atletas e entender as dinâmicas psicológicas do esporte e da atividade física. 

Esses especialistas atuam com atletas de todos os níveis, de amadores a profissionais, melhorando seu desempenho com técnicas de treinamento mental, gestão de estresse e foco.

Além disso, também atuam com:

  • Proporcionar suporte para ansiedade em períodos de pré-competição;
  • Auxiliar na parte mental em recuperação de lesões;
  • Gerar uma transição de carreira mais suave;
  • Ajudar a lidar com frustrações e eventuais cobranças;
  • Desenvolver espírito de cooperação para atletas de esporte coletivo;
  • Desenvolver trabalho motivacional para manter a pessoa engajada nos seus objetivos.
psicóloga segurando pasta amarela conversando com rapaz
Na área esportiva, é possível ajudar os atletas com ansiedades e frustrações

Psicologia hospitalar

Essa é uma especialidade que concentra seus esforços para abordar as necessidades emocionais e comportamentais dos pacientes em ambientes de cuidados de saúde. Eles podem prestar apoio psicológico tanto para pacientes quanto, também, para os familiares.

Eles possuem um papel essencial, especialmente, diante de diagnósticos difíceis, cuidados paliativos, longos períodos de internação e tratamentos médicos mais desafiadores.

Algumas possibilidades de atuação são:

  • Manejo da dor;
  • Cuidados com ansiedade e depressão associadas a doenças e procedimentos médicos;
  • Facilitar a comunicação com pacientes sobre tratamentos médicos, facilitando a adesão;
  • Adaptação a doenças crônicas;
  • Facilitar o processo de reabilitação e recuperação após cirurgias ou tratamentos intensivos;
  • Conversar com familiares em casos mais delicados e manejar o luto no caso de um ente querido falecer.

Este campo também abrange o trabalho com equipes interdisciplinares para promover uma abordagem holística à saúde, considerando tanto os aspectos físicos quanto emocionais do bem-estar do paciente. Com isso, é possível proporcionar um cuidado completo com a pessoa hospitalizada.

Psicologia infantil

Também conhecida como psicologia do desenvolvimento infantil, é uma especialização focada nos processos mentais, desenvolvimento e comportamentos da infância até a adolescência. 

Os profissionais estudam como as crianças crescem, incluindo seus processos cognitivos, emocionais, sociais e comportamentais, desde o nascimento até a entrada na vida adulta.

Assim, eles podem atuar com:

  • Avaliação e tratamento de problemas de desenvolvimento;
  • Dificuldades de aprendizagem;
  • Desenvolvimento de autoestima;
  • Lidar com problemas que podem impactar o desenvolvimento emocional da criança, como passar por bullying na escola;
  • Identificar comportamentos disfuncionais e pensar em manejos para a situação;
  • Indicar para avaliações neuropsicológicas quando houver suspeita de alguma questão relacionada com neurodivergências.

Eles atuam lado a lado com pais, professores e outras pessoas envolvidas no cuidado com as crianças. Oferecem orientações e estratégias para apoiar o desenvolvimento saudável delas. 

Além disso, eles podem ter um papel psicoeducador para os pais, enfatizando a importância de um ambiente seguro e estimulante que promova o desenvolvimento pleno das capacidades infantis.

psicólogo e menina em sala de aula
Na área infantil, é possível trabalhar com questões como autoestima, dificuldades de aprendizado e bullying

Abordagens na Psicologia

Outro ponto decisivo sobre a carreira em Psicologia é escolher a abordagem que seguirá durante sua prática profissional. Isso vale para diferentes áreas de atuação dentre as que você viu anteriormente, sabia disso?

Essa é uma decisão que você tomará ao longo do curso, com maior aprofundamento em cada uma delas. Não existe uma melhor ou pior, mas sim, a que está mais alinhada com suas perspectivas profissionais. 

Mas para quem já quer entender mais sobre esse mundo, é interessante conhecer as principais abordagens e suas bases. Confira mais sobre elas a seguir!

Psicanálise

Ela foi desenvolvida por Sigmund Freud, no final do século XIX. Até hoje, é uma das linhas mais influentes na história da psicologia. Sua base está na análise do papel do consciente e como ele está ligado com os comportamentos e experiências humanas. 

Segundo essa teoria, o inconsciente seria composto por três entes: o id (que seria responsável por nossos instintos primitivos), o ego (é a realidade prática que se impõe sobre nossa experiência) e o superego (moralidade internalizada, ou seja, que controla nossos impulsos).

Na própria psicanálise há diferentes linhas de abordagem, como a freudiana, lacaniana e jungiana. Cada uma delas tem seus pressupostos e a escolha é feita, também, conforme sua afinidade com a abordagem.

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem focada em identificar e alterar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais. Ela é amparada no pressuposto de que pensamentos distorcidos ou negativos contribuem para e perpetuam problemas psicológicos.

Assim, a ideia é mudar esses pensamentos ao longo do processo terapêutico. Com isso, é possível alterar o comportamento e o estado emocional do indivíduo. 

Essa é uma abordagem altamente estruturada e diretiva. Há a possibilidade de tratamentos de curta duração (algumas semanas) ou acompanhamento de longo prazo, dependendo da necessidade do paciente.

Algumas de suas técnicas que podem ser aplicadas de acordo com a questão do paciente são:

  • Diário de pensamentos;
  • Reestruturação cognitiva;
  • Exposição gradual às situações temidas.
psicóloga e homem em sessão de terapia
A exposição a situações temidas faz parte da Terapia Cognitivo-Comportamental

Psicologia humanista

Ela surge como uma forma de trazer abordagens diferentes das anteriores sobre os problemas da psique humana. Seu foco é na capacidade do indivíduo de se autorrealizar e no conceito de livre-arbítrio, bem como na subjetividade de cada indivíduo.

De modo geral, ela encara que o ser humano pode ser motivado a alcançar seu máximo potencial. Nessa terapia, a ideia é entender a experiência subjetiva da pessoa, valorizando o diálogo aberto e não diretivo. 

Psicologia fenomenológica-existencial

Essa linha tem por objetivo focar na experiência imediata do indivíduo e nas questões fundamentais da existência humana. Aborda-se bastante, por exemplo, questões como liberdade, morte, isolamento e significado. 

Ela surgiu a partir da influência de psicólogos como Heidegger e Sartre. A abordagem enfatiza a importância de entender o paciente a partir da perspectiva subjetiva e existencial dele. 

Assim, os profissionais procuram auxiliar os indivíduos a enfrentar as ansiedades inerentes à vida, promover a autenticidade e facilitar um engajamento mais profundo e significativo com o mundo.

De modo geral, seu objetivo é auxiliar o paciente a criar um sentido pessoal de propósito e a assumir responsabilidade por suas escolhas. Isso o ajudaria a levar uma vida mais plena e realizada.

psicólogo e mulher idosa em sessão de terapia
Nesse segmento, o psicólogo ajuda o paciente a criar um sentido de propósito

Gestalt

A Gestalt é uma abordagem terapêutica que se concentra na percepção e na experiência presente, promovendo a conscientização e a compreensão do “aqui e agora”. Porém, em uma perspectiva diferente de outro termo que também fala muito sobre isso: o mindfulness.

Essa abordagem é fundamentada nas ideias de Fritz Perls. Sua base é que os indivíduos conseguem se autorregular e crescer através do aumento da consciência de si mesmos e de seus ambientes. 

Para isso, ela opera com técnicas que enfatizam a experiência direta e a experimentação, como o diálogo, o trabalho com sonhos, e a reencenação de situações significativas.

Behavorismo ou analítico-comportamental

Uma das primeiras abordagens da psicologia, o Behaviorismo, também conhecido como Psicologia Comportamental, é uma abordagem que se concentra em comportamentos observáveis e na maneira como eles são aprendidos e modificados em resposta ao ambiente. 

Ela surge a partir dos trabalhos de Skinner. De modo geral, analisa como os comportamentos são reforçados ou desencorajados por meio das consequências ocorridas. A partir disso, e utiliza essa compreensão para alterar comportamentos indesejados. 

Técnicas como o condicionamento operante e o treinamento de assertividade são comuns. Esta abordagem é indicada, por exemplo, para tratamento de questões relacionadas com fobias, vícios e transtornos de comportamento.

Como está o mercado para Psicologia

O mercado em Psicologia nunca esteve tão favorável. Em primeiro lugar, a quebra de estereótipos sobre os cuidados com a saúde mental e a valorização do bem-estar físico e psicológico começou a levar um maior volume de pessoas a buscarem os psicólogos clínicos para cuidarem desse aspecto.

Ao mesmo tempo, os gestores de diferentes segmentos (organizacionais, educacionais, setor público, entre outros) começaram a ver que trazer esses cuidados internamente também contribuía para criar um ambiente mais confortável e produtivo. 

Além disso, a pandemia também impulsionou esse tipo de cuidado. Afinal, a soma de isolamento social, receio com o futuro, lidar com o luto impactou consideravelmente a saúde mental.

Para ter dimensão disso, a prevalência global de questões como ansiedade e depressão aumentou 25% no primeiro ano da pandemia (2020), segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os psicólogos, portanto, tiveram um papel essencial para cuidar dessas questões.

Com isso, todas as áreas que você viu anteriormente tiveram um aumento expressivo no número de profissionais. Isso está expresso em diversos dados, sabia?

Por exemplo, segundo dados da plataforma Doctoralia, que facilita os processos de agendamento de consultas, o número de agendamentos com psicólogos e psiquiatras aumentou 155% entre 2020 e 2021. O mundo vive, atualmente, uma forte crise de saúde mental.

Diante disso, a própria OMS também destaca a necessidade de que os cuidados com essa área se tornem prioridade em todo o mundo. Todos os membros da organização assinaram o Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013-2030, que visa cumprir metas globais para transformar a saúde mental.

Com isso, a tendência é que tenhamos ainda mais esforços para priorizar esse tipo de cuidado nos próximos anos. Assim, mais oportunidades de trabalho e melhores condições surgirão para quem deseja começar sua carreira em Psicologia. 

psicóloga com menina e outras crianças em escola
A atual preocupação com saúde mental faz elevar as oportunidades para psicólogos

Cargos e especializações em Psicologia

Você já percebeu até aqui que é possível ter diversas possibilidades de atuação na Psicologia, não é mesmo? Por isso, esse é um curso versátil, no qual diferentes perfis de alunos poderão encontrar carreiras interessantes para seu futuro.

Por isso, separamos a seguir as perspectivas para o setor público, privado e para quem deseja empreender. Confira a seguir! 

A Psicologia no setor privado

Nesse caso, estamos falando no setor privado como a contratação por empresas, ok? Aqui as diferentes áreas de atuação para o especialista em Psicologia encontram um amplo espaço para atuarem. 

Uma das principais áreas de concentração neste caso é no setor de RH. Os especialistas podem ser alocados internamente nas empresas, acompanhando diretamente as rotinas laborais e realizar mudanças necessárias para manter o bem-estar e segurança no ambiente de trabalho.

Além disso, outras possibilidades de contratação no setor privado são:

  • Contratação em clínicas de psicologia;
  • Trabalhar alocado em escolas para trabalhar com aprendizagem infantil;
  • Atuar em clínicas de performance esportiva, ajudando nos trabalhos multidisciplinares;
  • Ser contratado por hospitais particulares.

A Psicologia no setor público

Outra possibilidade de atuação e, inclusive, muito importante, é no setor público. Em primeiro lugar, o Sistema Único de Saúde (SUS) proporciona acompanhamento psicoterapêutico gratuito para que for encaminhado, permitindo o cuidado com saúde mental gratuitamente.

Além disso, o psicólogo pode estar alocado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para atendimentos de emergência em pessoas com crise, prestar suporte para familiares ou cuidar de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Outra possibilidade é a atuação nos Centros de Referência de Assistência Social (CREAS). Esses espaços prestam um serviço multiprofissional de acompanhamento em situações de vulnerabilidade ou em caso de violação de direitos (por exemplo, em casos de abuso ou violência).

Com isso, são profissionais diretamente ligados com a Psicologia Social, ajudando a proporcionar atenção, acolhimento e conforto em situações delicadas. 

Além disso, eles também podem ser contratados para atuar em hospitais públicos, com as obrigações que você já viu antes, quando falamos sobre psicologia hospitalar. Com isso, os pacientes dessas instituições podem ter suporte para lidar com momentos difíceis.

Também é possível ter psicólogos atuando em escolas públicas, seja para o suporte psicopedagógico, seja para auxílio na adoção de uma educação inclusiva. 

Nesse caso, para entrar no setor público, geralmente o processo é feito por meio de concurso público. Para isso, é importante estar atento para os editais publicados e estudar bastante para conquistar a sua vaga.

Os cuidados com saúde mental são uma prioridade para o setor público, especialmente, pela alta demanda atual para lidar com os desafios do mundo pós-pandemia. A ministra da saúde, Nísia Trindade, reforça essa questão:

A pauta de saúde mental é hoje discutida em todo o mundo. Não está referida só ao efeito da pandemia. Tem muito a ver com a solidão com que as pessoas vivem hoje, com o individualismo crescente que, muitas vezes, se manifesta na dificuldade de ter relações sociais, nisso que hoje se chama de efeito tóxico da comunicação só pelas redes sociais.

Nísia Trindade, Ministra da Saúde e ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz.

A Psicologia para quem é empreendedor

Em geral, a carreira na Psicologia, especialmente a clínica, é voltada para uma atuação como autônomo e, portanto, é importante que o profissional desenvolva um perfil empreendedor.

Por exemplo, para quem vai trabalhar com atendimentos, a pessoa pode ser autônoma, criando seu próprio consultório, captando pacientes conforme sua disponibilidade de agenda. Mas não é apenas essa área que permite essa possibilidade.

Outras formas de empreender como Psicólogo são:

  • Criando uma consultoria especializada para atletas de alta performance;
  • Fazendo acompanhamento dedicado a alunos neurodivergentes em escolas;
  • Atuar como consultor de recursos humanos para diagnóstico de cenário;
  • Atuar como consultor de gestão de crise em empresas, entre outras possibilidades.
psicólogo sorridente ajudando casal em sessão de terapia
É possível trabalhar como autônomo montando seu próprio consultório

Salários na carreira de Psicologia

Ao falarmos em salários e benefícios na carreira de Psicologia, pode ser um desafio trazer a estimativa média. Isso porque como, geralmente, os profissionais atuam de forma autônoma, eles são responsáveis pelo gerenciamento dos seus ganhos e os valores podem alterar consideravelmente.

Porém, segundo o Glassdoor, a média salarial para o cargo de Psicólogo no Brasil, no mês de abril de 2024, é de R$ 6380 por mês (esse valor pode variar conforme a região e ao longo do tempo).

Contudo, é possível ter uma base a partir, por exemplo, da tabela de honorários estabelecida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), responsável pela regulação da classe. A tabela atual estipula, por exemplo, os valores mínimos para as seguintes atuações:

  • Acompanhamento psicoterapêutico: R$ 266,21/sessão;
  • Consultoria empresarial: R$ 280,93/sessão;
  • Psicoterapia em casal: R$ 236,61/sessão;
  • Psicoterapia individual: R$ 207,02/sessão;
  • Orientação vocacional: R$ 207,02/sessão;
  • Desligamento de empregados: R$ 147,89/atividade;
  • Preparação para aposentadoria: R$ 236,61/sessão;
  • Avaliação psicológica: R$ 236,61/sessão;
  • Anamnese: R$ 207,02.

Cultura e rotina na carreira

Até aqui você já viu alguns detalhes da prática como Psicólogo, que fazem parte do dia a dia do profissional, não é mesmo? Mas é possível mergulhar ainda mais sobre as questões que fazem parte da cultura e rotina dessa profissão.

Veja mais a seguir!

Aprendizado constante

A formação do psicólogo não para apenas na graduação. O aprendizado constante é fundamental para o profissional estar alinhado com as novidades da área, novidades e novas perspectivas.

Por exemplo, a neurociência traz muitas novidades sobre o funcionamento neurológico humano e que impactam diretamente as práticas profissionais em Psicologia. Então, fazer cursos de atualização para aprender sobre essas questões é cada vez mais fundamental.

Além disso, os próprios conceitos do que é considerado uma patologia ou não, sintomas, diagnósticos e intervenções recomendadas mudam ao longo do tempo. Um exemplo clássico disso é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).

Atualmente ele está em sua 5ª versão, que possui atualizações significativas em comparação com a 4ª versão. Estão entre elas:

  • Entrada de novas entidades diagnósticas;
  • Alguns quadros deixaram de ser considerados transtornos;
  • Mudanças na terminologia de critérios diagnósticos, entre outros.

Isso impacta diretamente a atuação do profissional em psicologia. Por isso, ele precisa sempre estar por dentro de todas as atualizações.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Esse é um ponto central, principalmente, por dois motivos: o primeiro é o fato do profissional fazer os seus próprios horários e, muitas vezes, acabar se sobrecarregando e, em segundo lugar, pela facilidade de contato de eventuais pacientes ou contratantes do serviço fora do horário de trabalho.

Manter um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional é essencial para psicólogos, principalmente, por terem um trabalho com uma natureza emocionalmente exigente. 

Afinal, eles lidam constantemente com questões profundas e complexas. Por isso, é preciso ter um tempo sim para cuidar de si e poder recarregar as energias.

Portanto, é fundamental estabelecer limites claros. Isso vale tanto em relação aos pacientes quanto, também, para si mesmo. Isso pode incluir definir horários específicos para atendimento e não os ultrapassar, exceto em circunstâncias excepcionais.

Um bom Psicólogo precisa, também, ter bagagem de mundo, até mesmo, para poder criar uma maior aproximação com as temáticas abordadas pelos pacientes. E, também, vivenciar suas próprias paixões e admirações. Por isso, é importante:

  • Dedicar tempo à família e amigos;
  • Ter seus próprios hobbies;
  • Fazer atividades físicas;
  • Ler;
  • Desenvolver outras habilidades não ligadas ao trabalho.
homem sentado em poltrona relaxando e mexendo em laptop
Relaxar e praticar hobbies é uma forma de equilibrar a profissão e a vida pessoal

Supervisão e apoio profissional

Dois pontos essenciais para a carreira do psicólogo é ter o suporte da supervisão e apoio profissional, ou seja, também fazer terapia. Mas afinal, o que é a supervisão?

Esse é um processo contínuo, no qual os profissionais podem discutir seus casos clínicos e manejo das situações em um ambiente confidencial. Isso permite uma reflexão sobre a prática clínica, ajuda a identificar pontos fortes e áreas de melhoria, e promove o desenvolvimento de habilidades terapêuticas.

Além disso, a supervisão permite formar uma rede de apoio com outros colegas. Isso ajuda a superar momentos desafiadores e ter suporte de quem entende dos seus dilemas. Esse ponto pode ajudar, inclusive, em situações nas quais o profissional possa estar passando por um alto volume de estresse ou quadros de burnout.

Outro ponto é: sim, os psicólogos devem, também, ter seus próprios psicólogos. Pode parecer irônico, mas eles também precisam de suporte para sua saúde mental. Afinal, como falamos, essa é uma profissão que lida com angústias e questões delicadas todo o tempo.

Assim, o acompanhamento psicoterapêutico do psicólogo ajuda para que ele lide com esses momentos e consiga estar bem para poder cuidar dos pacientes. Aqui, o princípio é o mesmo da máscara de oxigênio: é preciso cuidar primeiro de si antes de colocar a máscara na pessoa ao lado.

Associações profissionais

Por ser uma área delicada, que lida com questões muito íntimas da subjetividade humana, essa é uma profissão regulamentada. O órgão responsável é o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e suas entidades regionais (CRP).

Mas afinal, qual o papel desse órgão? Como entidade de classe, ele tem o papel de regulamentar e supervisionar a prática dos profissionais de psicologia no país. Isso é fundamental, por exemplo, para analisar se as atuações estão sendo feitas conforme os padrões éticos e técnicos.

Além disso, o órgão ajuda a regulamentar desafios novos, que pode deixar os profissionais perdidos. Por exemplo, o conselho foi responsável por liberar os atendimentos psicoterápicos online durante o período da pandemia, auxiliando nos cuidados de saúde mental enquanto o isolamento social era mantido.

Um ponto importante: só é possível atuar profissionalmente no Brasil como psicólogo caso tenha registro no Conselho Regional de Psicologia na região. Com isso, o órgão consegue ter controle sobre a conduta dos membros e, inclusive, caso uma pessoa viole as regras, ser proibida de exercer a profissão, por meio da suspensão do seu registro.

Ética profissional na carreira de Psicologia

Você viu logo acima a questão relacionada sobre a ética profissional na carreira de Psicologia. Essa é uma profissão regulamentada por um Código de Ética específico, e que todos os profissionais devem seguir para poderem continuar atuando nessa área.

O Código de Ética permite que os profissionais atuem de forma confiável, sem colocar em risco seus pacientes e a sociedade em geral. Algumas de suas diretrizes mais importantes são:

  • Direito à privacidade dos indivíduos, de forma que o dito durante a sessão não possa ser compartilhado com outras pessoas;
  • Combate a qualquer forma de discriminação, sendo vedado ao profissional ter condutas deste tipo em atendimento;
  • Manter o compromisso com a promoção da saúde mental;
  • Agir com responsabilidade social;
  • Combater situações em que a Psicologia esteja sendo prejudicada de modo geral.
psicólogo consolando paciente em terapia de grupo
O direito à privacidade faz parte do código de ética do psicólogo

Desafios e perspectivas futuras

Além desses pontos, a carreira também está permeada por diversos desafios e, também, questões importantes a serem pensadas sobre perspectivas futuras. Afinal, você consegue imaginar como estará essa área daqui a 10 anos?

Separamos alguns dos principais pontos que estão sendo debatidos no momento e que influenciarão no futuro da profissão. Confira a seguir!

Aprender com as novidades científicas

Um dos primeiros pontos é que essa é uma área que vem passando por diversas mudanças que, muitas vezes, colocam em xeque, até mesmo, questões centrais de algumas abordagens, devido às novidades científicas.

Uma das áreas que mais tem contribuído para essas mudanças é a neurociência. Poder pesquisar como o cérebro e o sistema nervoso funciona está diretamente relacionado com a compreensão de questões essenciais sobre a psique humana. 

Por isso, esses profissionais precisam ter uma boa flexibilidade para poder lidar com essas mudanças e colocar suas próprias crenças em dúvida. Afinal, muitas vezes, pode ser necessário deixar alguns pressupostos para trás diante de descobertas científicas mais atualizadas.

Empreender

Outro desafio que muitos profissionais experenciam é lidar com uma dinâmica de empreender ao abrir seu consultório, consultoria especializada ou clínica. Afinal, como captar novos pacientes? Como tornar essa dinâmica sustentável?

Ter o suporte de colegas que já passaram por isso pode ajudar a tirar suas dúvidas nesse momento. Além disso, muitos podem proporcionar as indicações dos primeiros pacientes, funcionando como um networking.

Considere, também, que esse é um ponto positivo da carreira: você pode ter flexibilidade para gerenciar suas próprias dinâmicas, definindo os dias e horários de trabalho. 

Lidar com as questões burocráticas

Uma dúvida comum que os profissionais passam é, ao empreender, saber como lidar com as questões burocráticas que envolve a prática. Por exemplo, é preciso emitir nota fiscal de serviço ou recibo? Como é possível fazer isso?

Outras dúvidas comuns são:

  • Como fazer contribuições para a Previdência Social;
  • Como gerenciar as finanças em relação aos períodos de maior instabilidade;
  • Como pagar o Carnê-Leão;
  • Como pagar um seguro de responsabilidade profissional, entre outros pontos.

Dinâmicas das redes sociais

Muitos profissionais podem se deparar com o desafio de fazer sua divulgação profissional nas redes sociais e, ao mesmo tempo, não colocar em xeque questões relacionadas com o código de ética.

Hoje há alguns conflitos em relação a isso, por exemplo, quando profissional expõe detalhes de atendimento que podem, de alguma forma, serem identificados pelo seu paciente. Isso quebra a confiança da pessoa em relação ao profissional e, em alguns casos, até mesmo, pode gerar punições junto ao CRP.

mulher fazendo vídeo com câmera
É preciso ter cuidado com as redes sociais para não descumprir o código de ética

Uso da Inteligência Artificial em Psicologia

Esse é um ponto sensível, que deixa muitos profissionais preocupados. Afinal, com os avanços da Inteligência Artificial Generativa, será possível a substituição do profissional por ferramentas de chatbot alimentadas por IA?

Hoje não é permitido fazer psicoterapia dessa forma e, portanto, essa prática em si é vedada. Além disso, isso implica em outras questões.

Por exemplo, ferramentas relacionadas com triagem e diagnóstico, será que ao inserir as informações do paciente nelas, há a quebra da privacidade e do sigilo? Afinal, como não conhecemos como esses dados são tratados, podemos garantir essa segurança?

Além disso, uma plataforma de Inteligência Artificial conseguiria codificar questões emocionais e subjetivas para oferecer um suporte, de fato, para as questões de dores e conflitos internos humanos?

Ou, ainda, é possível ter terapias assistidas por IA, nas quais as ferramentas funcionem como uma espécie de supervisor do profissional e o ajude em momentos de conflito? Ou ela não consegue lidar bem com as contradições de casos específicos?

Já fora da clínica, é possível utilizar ferramentas totalmente baseadas em Inteligência Artificial para, por exemplo, realizar avaliações neuropsicológicas? Ou, ainda, mensurar e intervir em questões de clima organizacional? Ou preparar a transição de carreira de um profissional?

Todas essas questões estão em aberto no momento e não há respostas ainda para isso. Mas fato é que esse tema ainda aparecerá bastante e quem decidir entrar na carreira de Psicologia deverá estar atento para isso.

Oportunidades emergentes

Além dos desafios, fato é que essa é uma área que, também, tem aumentado bastante as oportunidades emergentes. Com isso, os profissionais conseguem ir além das funções tradicionais que você viu até aqui.

Confira a seguir as principais possibilidades que poderá investir.

Cursos 

Com a valorização do conhecimento, muitas pessoas estão em busca sempre de fazer novos cursos. E se você é uma pessoa que domina uma área específica da psicologia, que tal montar aulas para seus colegas se capacitarem?

Por exemplo, um profissional experiente com educação inclusiva pode criar seu próprio curso para ajudar outros profissionais que podem querer entrar nessa área. Com isso, é possível se posicionar como uma autoridade na área, fazer um valor extra e ajudar no fortalecimento da área.

Conteúdos online

Além dos cursos, já pensou em criar conteúdos online? Com o boom dos canais e podcasts sobre saúde mental, muitos especialistas têm se dedicado a essa jornada.

Com isso, é possível monetizar esses conteúdos e ter uma renda extra. Muitos profissionais, inclusive, passaram a ter sua renda total derivada dessa possibilidade, devido à alta audiência.

Atuação mais próxima de outros profissionais da saúde mental

Outro ponto de oportunidade é ter a possibilidade de atuar de forma multiprofissional com outros especialistas da área, como os psiquiatras, neurologistas, entre outros. Com isso, há um aumento do networking.

Por exemplo, se você estabelece uma boa parceria com psiquiatras de confiança, nos casos em que há necessidade de encaminhamento, um indica o trabalho do colega para o paciente. Com isso, ambos se fortalecem ao longo do tempo.

Educação inclusiva e acompanhamento psicológico

Para quem gosta da área de educação, com a valorização da educação inclusiva, essa é uma carreira que tem se tornado uma ótima oportunidade de atuação. Por muito tempo, alunos com necessidades especiais eram isolados em escolas específicas, ficando ausentes do convívio com crianças neurotípicas.

Com essa mudança de paradigma, hoje é possível ter ambientes inclusivos. Para isso, a presença de psicólogos nas salas de aula ou nas escolas para oferecer suporte tem aumentado consideravelmente.

psicóloga com adolescente em escola
A Educação oferece oportunidades para psicólogos em diferentes segmentos

Então, o que achou da Carreira de Psicólogo até aqui? Se tem achado interessante, esse é o momento de saber o passo a passo de como ingressar nesse mundo e começar seus passos como especialista.

Confira a seguir o que você deve fazer para se tornar um profissional de sucesso!

Formação

Em primeiro lugar, o bacharelado em Psicologia é obrigatório para todo profissional que atuará como Psicólogo. Você pode perguntar agora: mas e quem realiza terapias holísticas e se diz terapeuta?

Nesse caso, a pessoa não trabalha com psicoterapia e, por isso, não precisa de formação na área. O mesmo vale para os psicanalistas que vão trabalhar com análise: nesse caso, é possível ter formação superior em qualquer área. 

Sim, por exemplo, um bacharel em Filosofia pode ser um psicanalista, se fizer a especialização para esse fim. Sabia disso?

Para essa atividade específica, é preciso ter a graduação na área. O curso possui duração de 10 semestres (5 anos) e nela você aprenderá sobre:

  • Anatomia e neuroanatomia;
  • Psicofarmacologia;
  • Psicopatologia;
  • Avaliação psicológica;
  • Aprendizado sobre as principais linhas de atuação;
  • Ética em Psicologia;
  • Direitos humanos;
  • Testes psicométricos;
  • Neuropsicologia;
  • Aprendizado sobre as principais áreas de atuação;
  • Desenvolvimento humano, entre outros.

Lembre-se de procurar instituições que sejam credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) e, também, que tenham boas avaliações. Para isso, consulte indicadores como o Índice Geral de Cursos (IGC) feito pelo Inep ou, então, o Ranking Universitário Folha (RUF).

Especialização

Após a formação, muito provavelmente você irá direto para a especialização. Mas por que isso acontece? Muitas vezes, pela dinâmica do curso, não é possível aprofundar como necessário em uma abordagem específica.

Nesse caso, a especialização cumpre esse papel. Por exemplo, um bacharel em Psicologia começa uma pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental, caso essa seja a linha de preferência dela.

Com isso, ele consegue aprofundar na área com a qual deseja atuar e poderá fazer atendimentos com maior segurança. Também, esse é um diferencial interessante para atrair pacientes, que estarão em busca de um profissional altamente qualificado.

Registro no CRP

Para trabalhar como Psicólogo no Brasil, independentemente se é na clínica ou em outras áreas, é preciso ter o registro no Conselho Regional de Psicologia da sua região. Isso significa que o profissional aceita as regras da profissão e poderá responder em caso de problemas, podendo perder o direito de exercer a profissão.

Ao mesmo tempo, o conselho também é um respaldo importante para o profissional. Por meio dele, é possível:

  • Ter consultoria jurídica em caso de problemas;
  • Buscar aconselhamento em situações delicadas no exercício profissional;
  • Ter o suporte do conselho em casos de problemas que tomem maiores proporções, mas o profissional esteja certo.

Mestrado e doutorado

Por fim, caso você queira, também, atuar como pesquisador ou, ainda, ir para a carreira docente, pode se qualificar fazendo um mestrado e, posteriormente, um doutorado em Psicologia.

Nesses espaços, a pessoa desenvolve uma pesquisa na linha de pesquisa a qual está afiliada. Caso seja aprovada, receberá o título de mestre(a) ou doutor(a) respectivamente. Esses títulos serão fundamentais caso queira exercer a docência no Ensino Superior.

Saiba também: no Papo Reto, veja quanto tempo dura a faculdade de Psicologia!

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Para dar o primeiro passo para sua qualificação como Psicólogo, é preciso buscar a melhor formação possível. Isso dará uma base segura para sua atuação na área, além de destacá-lo no mercado.

Para isso, conte com a Anhanguera! Tal como os profissionais dessa área, nós queremos proporcionar mudanças reais na vida das pessoas, com qualidade excepcional na nossa formação. 

Conte com currículo atualizado, corpo docente qualificado e uma infraestrutura de ponta que fará toda a diferença na sua formação.

Faça sua inscrição no bacharelado em Psicologia na Anhanguera!

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