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Guia completo da carreira em mediação

Não importa se é nas relações pessoais ou de negócios, a resolução de conflitos se tornou uma necessidade. Nesse contexto, a mediação surge com uma abordagem alternativa e construtiva para lidar com disputas. Assim, resolver as divergências fica bem mais eficaz e colaborativa.

Dessa maneira, ao invés de litígios prolongados e custosos, a mediação promove o diálogo, a cooperação e a busca por soluções. Tudo para que ambos os lados saíam satisfeitos, o que pode ter um impacto transformador no mercado atual.

Além de oferecer uma abordagem mais ágil para a resolução de conflitos, a mediação também tem um impacto no mercado atual ao promover a preservação de relacionamentos. Ao evitar litígios prolongados e disputas judiciais, as partes envolvidas podem manter a integridade de suas relações comerciais.

Quer saber mais sobre como funciona esta carreira, o que é preciso para ser um mediador e as vantagens da profissão? Continue neste texto conosco!

Conheça a carreira de mediação!

A missão do profissional é facilitar a resolução de conflitos entre partes por um processo colaborativo e imparcial. Um mediador atua como um terceiro neutro que ajuda as partes envolvidas a chegar a um acordo mutuamente aceitável.

O trabalho de um mediador inclui etapas, como a primeira, sendo a preparação. Neste momento, o mediador começa entendendo o contexto do conflito, reunindo informações relevantes e preparando o ambiente para a mediação no futuro. 

Ao entender o imbróglio, as partes expressam suas preocupações e pontos de vista sobre o conflito. O mediador ajuda a identificar os problemas centrais que precisam ser resolvidos. Assim, o mediador estabelece as regras básicas da mediação, como confidencialidade no acordo e respeito mútuo.

É o trabalho dele também fazer gerar opções, criando soluções possíveis para resolver o conflito, incentivando a criatividade e a colaboração entre as partes. Assim, as partes discutem as opções geradas e trabalham juntas para chegar a um acordo que atenda aos interesses de todos.

Por fim, uma vez que um acordo é alcançado, o mediador ajuda a formalizá-lo por escrito, garantindo que todas as partes compreendam e concordem com os termos.

Este é o papel do mediador, facilitar o processo, promover a comunicação eficaz — buscando ao máximo a comunicação não-violenta — e o entendimento mútuo na busca por soluções criativas. Eles não tomam partido em favor de uma das partes e não oferecem aconselhamento legal ou opiniões sobre o mérito do conflito. Em vez disso, eles permanecem neutros e imparciais, concentrando-se em ajudar as partes a encontrar uma solução que funcione para elas.

homem e mulher discutindo em frente a mediador
O mediador trabalha resolvendo conflitos de forma imparcial

Como está o mercado para o mediador? 

O mercado para mediadores tem uma demanda contínua em várias áreas, desde a esfera pessoal até mesmo a empresarial. No primeiro ponto, os conflitos familiares são os mais comuns. O profissional resolve questões como divórcio, guarda dos filhos, pensão alimentícia e disputas de herança.

Ainda na esfera pessoal, o mediador também atua em conflitos comunitários, ou seja, na disputa ou briga entre vizinhos. É comum também atuar na mediação de organizações comunitárias, condomínios, associações

Já no lado profissional, uma das principais missões do mediador está no conflito trabalhista. Neste caso, é a mediação entre empregadores e funcionários em questões como demissões, assédio no local de trabalho ou conflitos de equipe.

Só para se ter uma ideia de como esta área de mediação trabalhista cresce, a Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul determinou, apenas no ano passado, o pagamento de R$ 5,2 bilhões a trabalhadores que tiveram direitos reconhecidos em ações judiciais. O valor é 20% maior que o registrado em 2022. Nestas situações, o mediador está presente para sugerir acordos entre as partes e resolver o imbróglio quanto antes. 

O mediador ainda atua em conflitos comerciais, quando há disputas contratuais, problemas entre fornecedores e clientes, ou disputas entre empresas.

Com o aumento do reconhecimento da mediação como uma forma eficaz de resolução de conflitos, muitos setores estão buscando mediadores qualificados. Além disso, a mediação é preferida porque é mais rápida, menos custosa do que o litígio tradicional. Isso cria oportunidades para os mediadores em diversos campos, tornando o mercado para essa carreira bastante promissor.

Como os setores empregam? 

No setor jurídico, os escritórios de advocacia, tribunais e departamentos jurídicos de empresas contratam mediadores. A intenção neste caso é para resolver disputas antes que cheguem aos tribunais ou como parte do processo judicial.

Além disso, empresas de todos os tamanhos empregam mediadores para lidar com disputas entre funcionários. O profissional também resolve questões de assédio no local de trabalho, negociações sindicais e outros problemas relacionados ao emprego.

Outro setor que vem usando cada vez mais os trabalhos do mediador é o da educação. Escolas, faculdades e universidades estão empregando mediadores para resolver conflitos entre estudantes, pais e professores, bem como questões administrativas e de políticas.

As empresas e organizações comerciais também contratam mediadores para resolver disputas contratuais, litígios entre fornecedores e clientes, conflitos entre acionistas e outras questões comerciais.

mediador em escola resolvendo conflito entre dois rapazes
Nas escolas, os mediadores podem resolver conflitos entre os estudantes

Quais são os cargos e especializações na carreira de mediador?

Há uma variedade de cargos e especializações que os profissionais podem buscar, dependendo de seus interesses e áreas de atuação.  O cargo mais conhecido é o de mediador geral, que trabalha em uma variedade de áreas, resolvendo uma ampla gama de disputas, como conflitos familiares, comunitários, comerciais e legais.

Já o mediador familiar é especializado em resolver questões relacionadas a divórcio, guarda de crianças, pensão alimentícia, herança e outros assuntos familiares. Além dessas especializações, os mediadores também se concentram em áreas específicas, como mediação online, intercultural e conflitos de alta tensão. 

Como é a carreira no setor privado?

Muitos mediadores trabalham como consultores independentes, oferecendo serviços de mediação para empresas em uma base contratual. Eles podem ser contratados para resolver disputas internas entre funcionários, conflitos entre parceiros comerciais, ou questões contratuais com clientes e fornecedores.

Se a empresa for grande, como uma multinacional, poderá ter seus próprios departamentos internos de resolução de conflitos. Eles são responsáveis por lidar com disputas internas, promovendo a comunicação eficaz e resolvendo conflitos antes que se tornem litígios formais.

Empresas especializadas em consultoria empresarial e gestão de conflitos contratam mediadores para trabalhar com clientes corporativos. Esses mediadores ajudam empresas a resolver disputas com outras empresas, negociações complexas ou conflitos entre departamentos internos.

Por fim, alguns mediadores no setor privado se concentram em oferecer treinamento e desenvolvimento em resolução de conflitos para empresas. Eles ministram workshops, cursos ou programas de treinamento sob medida para ajudar funcionários e líderes a lidar melhor com conflitos.

Como é a carreira no setor público?

Alguns tribunais e sistemas judiciais têm programas de mediação integrados para resolver casos civis e criminais. Os mediadores judiciais podem trabalhar em tribunais de pequenas causas, tribunais de família, de trabalho ou outros especializados, ajudando as partes a chegarem a acordos extrajudiciais.

As escolas públicas também reservam espaço para mediadores na intenção de resolver conflitos entre estudantes, pais e professores. Além disso, o profissional pode buscar a facilitação de diálogo e resolver disputas administrativas dentro das escolas.

Os profissionais também estão em setores onde os trabalhadores são empregados pelo governo, como serviços públicos, saúde e educação. Os mediadores atuam para resolver disputas trabalhistas, negociar contratos coletivos e resolver problemas de relacionamento no local de trabalho.

Agora, com certeza você já ouviu falar no cargo de diplomata. Em níveis mais elevados do governo, os mediadores são envolvidos em esforços de resolução de conflitos internacionais. Outra função é fazer a diplomacia preventiva e negociações de tratados e acordos internacionais.

Esses são apenas alguns exemplos das diversas oportunidades de carreira de mediador no setor público. Em resumo, os mediadores no setor público trabalham na promoção da justiça, na resolução de disputas e no fortalecimento das relações entre cidadãos, organizações e governos.

homem e mulher dando aperto de mão diante de consiliadora
Trabalhar com contratos coletivos é uma possibilidade para o mediador

Como é a carreira quem é empreendedor?

Para quem deseja empreender na carreira de mediador, há várias oportunidades para construir um negócio próprio.  Dessa maneira, você oferece serviços de mediação de forma independente. 

Como empreendedor, você pode estabelecer sua própria prática de mediação, oferecendo serviços de resolução de conflitos para uma ampla gama de clientes. Os casos podem vir de empresas, organizações, instituições educacionais e até de pessoas ou famílias. 

Mas para isso, construir uma marca pessoal e promover seus serviços são essenciais para o sucesso como empreendedor na área de mediação. Isso inclui participar de eventos de networking, criar um site profissional, utilizar mídias sociais e desenvolver parcerias estratégicas com outros profissionais e organizações.

Se você acha que a área de mediação é muito ampla, é possível identificar uma especialização ou nicho específico para você se destacar no mercado. Por exemplo, você pode se especializar em mediação familiar, trabalhista ou até empresarial.

Além das habilidades de mediação, você também precisará gerenciar seu negócio, incluindo aspectos como finanças, marketing, atendimento ao cliente e administração geral.

Embora empreender na carreira de mediador possa exigir dedicação e esforço, também oferece a oportunidade de criar um negócio significativo e gratificante, ajudando as pessoas a resolverem seus conflitos e alcançarem acordos mutuamente satisfatórios.

Como são os salários e benefícios?

Os salários e benefícios na área de mediação variam com base em fatores como localização geográfica, nível de experiência, tipo de empregador e especialização. Como freelancer ou profissional autônomo, os mediadores estabelecem suas próprias taxas de honorários por sessão de mediação. 

Os honorários mudam conforme a complexidade do caso, a reputação do mediador e o mercado local. Alguns mediadores cobram por hora, enquanto outros têm uma taxa fixa por sessão.

Agora, os mediadores contratados por organizações, como tribunais, empresas, governo, podem receber salários fixos. Os salários variam dependendo do nível de experiência, nível de responsabilidade e localização.

Os consultores em mediação que trabalham para empresas de consultoria ou que têm sua própria prática privada podem ter renda variável. Isso porque depende do número de clientes e projetos que conseguem angariar. Eles podem receber uma porcentagem dos honorários cobrados de seus clientes ou uma remuneração fixa acordada.

Enfim, um mediador judicial no Brasil, pode exemplo, recebe em média R$ 6,3 mil. Mas a remuneração pode ser mais baixa, dependendo de cada situação. 

Embora os salários na área de mediação possam variar, muitos profissionais são atraídos para a profissão devido à natureza gratificante do trabalho e aos benefícios emocionais e profissionais associados a ela.

Dentre algumas destas vantagens, ser mediador muitas vezes traz uma maior flexibilidade em seus horários de trabalho. Isso permite equilibrar o trabalho com outras responsabilidades pessoais. Ser um mediador também oferece a oportunidade de trabalhar de forma independente. Assim, você conseguirá tomar decisões autônomas sobre como conduzir sessões de mediação e gerenciar casos.

Além disso, a capacidade de ajudar as pessoas a resolverem conflitos e alcançarem acordos satisfatórios traz satisfação profissional. Dessa maneira, a capacidade de ajudar a resolver conflitos e promover a justiça social pode ser uma recompensa emocional significativa para os mediadores.

mulher e dois homens analisando documentos em escritório de advocacia
Um mediador judicial pode receber mais de R$6 mil

Qual a cultura e desafios da carreira?

A cultura na mediação é centrada na colaboração e na busca por soluções aceitáveis para os dois lados. Os mediadores valorizam geralmente a comunicação eficaz, a empatia e a imparcialidade.

Dentre os principais desafios, está a de lidar com conflitos emocionalmente carregados e complexos. Os mediadores devem ser capazes de manter a calma e a neutralidade, mesmo em situações difíceis. Além disso, encontrar soluções que satisfaçam todas as partes pode ser um desafio significativo.

Como existem várias áreas de mediação, o ambiente de trabalho também será diverso. Alguns mediadores trabalham em escritórios dedicados à mediação, enquanto outros realizam sessões de mediação em locais como salas de conferência ou centros comunitários. Com o aumento da tecnologia, muitos mediadores também oferecem serviços de mediação remota, utilizando plataformas online para facilitar as sessões.

Agora, o maior desafio para o mediador talvez seja como enfrentar os conflitos prolongados e a resistência das partes. É fundamental encontrar no conflito o equilíbrio das expectativas das partes durante o processo. Além de que, a falta de regulamentação da profissão e a concorrência no mercado de mediação podem ser desafios adicionais.

Quer ver um exemplo disso? Talvez um dos maiores conflitos de interesse no mundo esportivo seja a briga entre o Palmeiras e a WTorre, empresa que construiu o novo estádio do clube, o Allianz Parque. 

Desde a inauguração, empresa e clube discutem sobre algumas cláusulas do contrato, a principal delas, sobre de quem é o direito de comercializar mais de 40 mil cadeiras no estádio. Assim, foram escolhidos vários mediadores para avaliar a situação. O conflito se arrasta desde antes de 2013, entretanto, em 2024 houve uma audiência para as partes chegarem a um acordo, mas não houve avanço

Neste caso, o mediador vem trabalhando desde então para tentar fazer a conciliação entre as partes. Isso é uma prova de que o trabalho do mediador pode ser longo e trabalhoso, ainda mais quando as partes não aprovam um acordo. 

Quais as técnicas de mediação?

Existem várias técnicas que o mediador deve aprender para exercer sua função da melhor forma. Isso tem a ver com questões técnicas, como entender sobre leis, mas também a questão psicológica da relação humana. Algumas destas técnicas envolvem:

Escuta ativa

É a técnica básica e fundamental na mediação, na qual o mediador se concentra em ouvir atentamente as partes envolvidas no conflito. Isso envolve prestar total atenção ao que está sendo dito, fazer perguntas abertas para esclarecer pontos importantes e demonstrar empatia em relação às emoções. A escuta ativa ajuda a estabelecer confiança e credibilidade com as partes envolvidas, permitindo que elas se sintam ouvidas e valorizadas durante o processo de mediação.

Reformulação

Já a reformulação é uma técnica que o mediador usa para resumir e repetir as declarações das partes de forma neutra e imparcial. Isso ajuda a esclarecer e validar os pontos de vista das partes, garantindo que todos tenham a oportunidade de serem compreendidos corretamente. A reformulação também pode ser usada para reformular declarações emocionais em termos mais objetivos, facilitando a comunicação e a negociação.

Geração de opções

Esta técnica incentiva as partes a explorar e desenvolver soluções criativas para o conflito. O mediador tem o papel de facilitar uma sessão de brainstorming, ou seja, chuva de ideias. Assim, as partes são encorajadas a gerar uma variedade de opções de resolução que atendam às suas necessidades e interesses. Essa técnica promove a colaboração e o pensamento criativo, permitindo que as partes encontrem soluções mutuamente aceitáveis para o conflito.

mulher liderando equipe e apontando para papel
O mediador pode usar técnicas como brainstorming para encontrar soluções

Reframing

Chamado também de reenquadramento, é uma técnica que envolve mudar a perspectiva sobre o problema ou conflito. Ela tem o objetivo de encontrar uma solução mais construtiva, ajudando as partes a ver o conflito de uma maneira diferente, destacando os aspectos positivos. Assim, é possível identificar interesses comuns e explorar novas maneiras de resolver o problema. Isso ajuda a reduzir o conflito e a abrir caminho para a negociação de soluções.

Fechamento de acordo

Por fim, temos o fechamento de acordo, no qual as partes chegam a uma decisão mutuamente satisfatória para resolver o conflito. O mediador ajuda as partes a documentar os termos de maneira clara e concisa, garantindo que todas as partes tenham uma compreensão de suas responsabilidades e compromissos. O fechamento de acordo pode envolver a redação de um documento formal ou um compromisso verbal, dependendo das preferências das partes.

O que são Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos (MARC)?

Esta técnica se refere a uma variedade de abordagens utilizadas para resolver disputas fora do sistema judicial tradicional. Esses métodos são alternativas ao litígio formal em tribunais e visam facilitar a resolução de conflitos de maneira mais rápida, econômica e colaborativa. Além disso, os MARC buscam promover a comunicação, a cooperação e a busca por soluções mutuamente aceitáveis entre as partes envolvidas.

Este é o caso da mediação que estamos falando neste texto, no caso, é o M do MARC. Agora, o restante da sigla significa: 

Arbitragem

Na arbitragem, um terceiro neutro, conhecido como árbitro, é designado para ouvir as argumentações das partes e tomar uma decisão vinculativa sobre o conflito. A arbitragem é mais formal do que a mediação e envolve um processo mais parecido com um julgamento, com as partes apresentando suas evidências e argumentos ao árbitro.

Negociação Assistida

Na negociação assistida, as partes recebem assistência de um terceiro neutro para facilitar o processo de negociação e ajudá-las a chegar a um acordo. O facilitador pode fornecer orientação, sugestões e feedback durante o processo de negociação, sem tomar decisões finais sobre o resultado.

Conciliação

Na conciliação, um terceiro neutro, conhecido como conciliador, atua como intermediário entre as partes em conflito, ajudando-as a explorar possíveis soluções e a alcançar um acordo. O conciliador pode sugerir opções de resolução e facilitar a comunicação entre as partes, mas não tem poder para impor uma solução.

Estes métodos oferecem uma variedade de benefícios, incluindo maior controle sobre a resolução de conflitos, redução de custos e tempo e preservação de relacionamentos.

mulher aconselhando homem e mulher em escritório
Na conciliação, o mediador intermedia a resolução de conflitos entre as partes

Como são os sindicatos e associações profissionais?

Os sindicatos e associações profissionais desempenham um papel importante no apoio e na representação dos mediadores. Agora, existem várias associações profissionais específicas para a profissão, tanto ao nível regional quanto nacional. 

Essas associações geralmente oferecem recursos, treinamentos, oportunidades de networking e suporte para os mediadores em suas práticas profissionais. Alguns órgãos são a Associação Brasileira de Profissionais de Mediação (ABPM) e a Associação Nacional dos Mediadores (ANM).

Além disso, existe também a ABRAMAC (Associação Brasileira de Mediação, Arbitragem e Conciliação). Ela é uma Organização da Sociedade Civil, que se dedica a promover a carreira. A associação orienta as pessoas e desenvolve projetos para empresas e organizações públicas para resolverem seus conflitos de maneira eficiente, econômica e eficaz.

Os mediadores são representados por sindicatos que defendem seus interesses profissionais, negociam condições de trabalho e fornecem suporte jurídico. No entanto, a presença de sindicatos específicos para mediadores pode variar conforme a legislação e a cultura de trabalho de cada país.

Como é a regulação de mediação no Brasil?

A regulação é por meio de legislações específicas, órgãos governamentais e entidades reguladoras. A Lei de Mediação (Lei nº 13.140/2015) e o Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015) estabelecem as bases legais para a mediação no Brasil. Essas leis definem o conceito, estabelecem princípios e diretrizes para a sua prática.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é quem faz a regulação, especialmente no âmbito do Poder Judiciário. O CNJ estabelece regras e diretrizes para a mediação nos tribunais brasileiros, promove a capacitação de mediadores e desenvolve políticas para incentivar a conciliação como forma de acesso à justiça.

O CNJ mantém o Cadastro Nacional de Mediadores Judiciais e Conciliadores, onde profissionais qualificados podem se inscrever para atuar em processos de mediação nos tribunais brasileiros. Esse cadastro é uma forma de garantir a qualidade e a competência dos profissionais que atuam no sistema judiciário.

Além da regulação geral, algumas áreas específicas, como mediação familiar ou empresarial, podem ter regras adicionais. Por exemplo, o Conselho Nacional de Justiça estabelece normas específicas para a mediação familiar, visando proteger os interesses das crianças e das famílias envolvidas.

Por fim, existem várias associações profissionais e entidades de classe no Brasil que regulam a prática e estabelecem padrões éticos aos mediadores. Essas associações oferecem cursos de capacitação, certificações e apoio aos profissionais da área.

A regulação no Brasil é a combinação de legislações específicas, órgãos governamentais, entidades reguladoras e associações profissionais. Este trabalho visa promover a qualidade, a eficácia e a ética neste trabalho, incentivando o seu uso como meio de resolução de conflitos.

Como são as regulamentações e ética profissional?

No Brasil, as regulamentações e a ética profissional variam dependendo da área de atuação e das instituições envolvidas. No entanto, existem algumas diretrizes gerais que os mediadores costumam seguir, como o código de ética.

Muitas associações e organizações profissionais têm seus próprios códigos de ética que estabelecem padrões de conduta aos mediadores. Esses códigos incluem princípios como imparcialidade, confidencialidade, respeito às partes e à integridade do processo de mediação.

Na parte mais técnica, a regulamentação está envolvida com as leis e regulamentos. Embora não haja uma legislação específica que regulamente a prática da mediação de forma abrangente no Brasil, algumas áreas, como falamos, podem estar sujeitas a leis específicas ou regulamentos locais. 

A confidencialidade é um aspecto fundamental, quando o profissional é obrigado a manter todas as informações compartilhadas durante as sessões de mediação em sigilo. Os mediadores também devem conduzir o processo de mediação de forma imparcial e neutra, evitando favorecer qualquer uma das partes envolvidas no conflito. Eles ainda devem facilitar a comunicação e a negociação entre as partes de forma equitativa e justa.

O cumprimento destas regulamentações e a adesão aos princípios éticos são vitais para a integridade e credibilidade da profissão de mediação. Dessa maneira, é possível ter um processo justo e eficaz para todas as partes envolvidas.

pino preto entre grupos de pinos azuis e vermelhos opostos
O mediador deve ser sempre imparcial

Quais os desafios e perspectivas futuras?

Os desafios são influenciados por uma variedade de fatores, incluindo mudanças sociais, avanços tecnológicos e desenvolvimentos legais. A concorrência no mercado também se torna uma dificuldade. Com o aumento do reconhecimento da mediação como uma forma eficaz de resolução de conflitos, a concorrência se intensifica. 

Um dos desafios persistentes na área da resolução de conflitos é garantir o acesso à justiça para todas as partes. Dessa maneira, não importa a situação financeira ou social, os mediadores devem tornar seus serviços acessíveis e inclusivos para uma variedade de clientes. Aliás, para especialistas, o acesso à Justiça não é a realidade para muitos brasileiros.

Para Daisy Ribeiro, assessora jurídica na Organização de Direitos Humanos Terra de Direitos, é preciso ampliar o atendimento da Defensoria Pública e também em situações de mediação. 

“Dissociar o acesso à Justiça do próprio fortalecimento da democracia é impossível, eis que é pilar da democracia a possibilidade equitativa de aceder ao sistema de Justiça. Assim, enfrentando as desigualdades a partir de recortes de gênero, raça, etnia, classe, geracional e geográfico. Não à toa, o direito humano fundamental de acesso à Justiça é reconhecido internacionalmente como basilar para garantia dos demais direitos”, afirma a advogada.

O avanço tecnológico também é um desafio para os mediadores. Hoje, as plataformas de mediação online e inteligência artificial estão mudando como os conflitos são resolvidos. Os mediadores buscam adaptar suas práticas às novas tecnologias e garantir a segurança e eficácia do processo de mediação online.

Qual as perspectivas futuras?

É de crescimento contínuo, à medida que mais pessoas, empresas e instituições reconhecem os benefícios da resolução colaborativa de conflitos. Espera-se que a mediação se torne uma opção cada vez mais popular para a resolução de uma ampla gama de disputas.

Com isso, a medida que a demanda por mediação cresce, é provável haver uma maior especialização em áreas como mediação familiar, empresarial, de conflitos online, entre outras. Os mediadores podem desenvolver expertise em nichos específicos para atender às necessidades do mercado.

Além disso, há a expectativa que haja um maior reconhecimento legal e institucional da mediação como uma forma legítima e eficaz. Isso pode incluir a integração da mediação nos sistemas judiciais, o estabelecimento de padrões de qualificação e ética, e o desenvolvimento de políticas de apoio à mediação.

homem conversando com mediador e mulher ao lado com rosto virado
O reconhecimento da resolução colaborativa de conflitos valoriza a mediação

Como ingressar na carreira de mediação? 

É necessário seguir alguns passos específicos e o primeiro deles é obter a educação e formação necessárias em mediação. Existem muitos cursos, workshops e programas de treinamento em mediação oferecidos por instituições educacionais, organizações profissionais e provedores de treinamento. 

Portanto, certifique-se de escolher um programa credenciado e reconhecido que ofereça uma sólida base teórica e prática em mediação.

Após completar o treinamento em mediação, é importante adquirir experiência prática na área. Isso pode ser feito por estágios, oportunidades de voluntariado, ou trabalhando como assistente de mediador sob a supervisão de um profissional experiente. Essa experiência ajudará a desenvolver suas habilidades e confiança como mediador.

Dependendo da sua região e das exigências locais, pode ser necessário obter certificações ou credenciais específicas. Avalie se é necessário obter certificados de conclusão de cursos de mediação reconhecidos, passar por exames de certificação ou participar de programas de certificação profissional.

Por fim, construir uma rede de contatos na comunidade de mediação é importante para iniciar na carreira. Participar de eventos de networking, conferências, workshops e associações profissionais pode ajudá-lo a se conectar com outros mediadores. Assim, você aprenderá com suas experiências e encontrará oportunidades de trabalho.

Além disso, a aprendizagem contínua é fundamental para aprender novas técnicas de mediação e manter-se atualizado. 

Quais os caminhos e educação necessária para a carreira?

Para seguir uma carreira de sucesso, tenha em mente os caminhos educacionais adequados e adquira a educação necessária, como uma faculdade de mediação. Os mediadores têm formação de nível superior em áreas como:

Então, uma graduação nessas áreas pode fornecer uma base sólida de conhecimento que pode ser aplicado à prática da mediação. O treinamento em mediação é essencial para se tornar um mediador qualificado. Existem muitos programas de treinamento em mediação oferecidos por instituições educacionais, organizações profissionais e provedores de treinamento. Esses programas cobrem tópicos como teoria da mediação, técnicas de comunicação, ética profissional e prática de mediação.

Após concluir o treinamento em mediação, muitos mediadores optam por obter certificações ou credenciais adicionais para validar suas habilidades e conhecimentos. Existem várias organizações profissionais que oferecem certificações em mediação, como a Associação Brasileira de Profissionais de Mediação (ABPM) e a Associação Nacional dos Mediadores (ANM).

É claro que os treinamentos ajudam a entender como é a dinâmica de um mediador, mas a experiência prática é essencial. Por isso, além da educação formal, adquirir conhecimento da rotina na área ajuda a se tornar um mediador bem-sucedido. Isso pode ser feito por meio de estágios, oportunidades de voluntariado, assistência a mediadores experientes e participação em casos reais de mediação.

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Como se qualificar? 

Para se qualificar como mediador e iniciar sua carreira nesta área, busque primeiro por uma educação formal. Fazer um curso superior, tanto em mediação, como em direito ou psicologia, dará conhecimento técnico em leis e na abordagem com os envolvidos. 

A Anhanguera pode te ajudar neste sentido, oferecendo cursos de graduação nestas áreas. A faculdade tem o curso de mediação, direito e também de psicologia, disciplinas que poderão fazer a diferença para o mediador. Se quiser saber mais sobre o curso, entre em nosso site e confira!

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