Especialista em gestão financeira da Anhanguera dá dicas sobre administração do 13º salário e como ele funcionará para quem teve a remuneração reduzida
Com o fim do ano cada vez mais perto as pessoas começam a ficar ansiosas pelo 13º salário, inclusive para pensar em como gastá-lo. Esse benefício é uma gratificação extra ao trabalhador formal que atua com carteira assinada no regime CLT e é recorrente desde 1962. Ele garante que a cada mês trabalhado, o empregado tenha direito ao recebimento extra correspondente a 1/12 (um doze avos) do seu salário.
Assim, a hora de começar a planejar e entender a própria gestão financeira chegou. O professor do curso de Administração da Anhanguera, unidade Santana, João Batista de Oliveira Bolognesi, especialista em gestão financeira explica que “antes de começar a pensar em como gastar o 13º a pessoa precisa entender como ele é calculado, imagina fazer planos sem ter certeza de quanto vai receber? Os planos não irão dar certo a partir daí. Mas é simples, se o colaborador está na empresa a um ano, o 13º será o mesmo valor do salário cheio, sem descontos. Se ele está menos tempo que isso, divida o salário pelos meses de serviço, este será o valor recebido”. O professor ainda traz outras questões para a população se atentar:
Lembre-se das cobranças no começo do ano
O planejamento começa olhando para as contas que vão chegar, queira ou não. Além das contas individuais de cada pessoa, lembre-se que no início do ano existem contas extras, como IPVA, IPTU, seguro de carros e imóveis e material escolar. Separe este valor a mais, então, primeiramente para quitar essas cobranças. Tudo isso para quem não se programa, pode gerar a busca de empréstimos para poder pagar esses impostos o que já pode comprometer parte da renda durante o ano seguinte.
Olhe para trás para depois olhar para frente
Cobranças do ano seguinte quitadas? Agora o certo é se livrar das dívidas. “Sempre busque negociar a sua dívida antes de pagá-la, assim pode conseguir quitar mais facilmente. Além disso, se for possível, tente quitá-la de uma vez e resiste às parcelas. Quanto antes ficar livre de cobranças indesejadas, melhor”, completa o professor Oliveira. “Particularmente nunca gostei de passar de um ano para outro com dívidas. Iniciar esse novo ciclo sem dever nada fará com que tenha um controle maior sobre seu orçamento e permitirá direcionar melhor os recursos que sobrarem”.
Cuidado com os gastos de fim de ano
Então ainda sobrou dinheiro depois dos primeiros passos? Não gaste tudo nas compras de fim ano. “O ideal é se planejar para as compras e pesquisar. Escreva num papel o que será necessário comprar e para quem e, após isso, analise novamente, o que conseguir tirar da lista é melhor para você. Antes de comprar, pesquise e anote. Faça a conta e veja no total quanto irá gastar. O segredo de uma boa gestão financeira é ter claro o quanto entra e o quanto sai”.
Além disso, as despesas de final de ano podem acabar afetando as despesas do início de ano.
“Veja que tudo se conecta. Ao realizar jantares, festas e ceia, anote também os gastos.”
Prefira pagar à vista
Cuidado com parcelas, elas parecem pequenas, mas se sair do controle podem ficar preocupantes. Se for possível, pague sempre à vista e não se esqueça de perguntar se existe desconto nessa modalidade de pagamento. Caso não seja possível, siga a dica acima, tenha um caderno para anotar sua gestão financeira e nada sair do controle.
Poupe
O tópico mais importante é este, poupar, e exige muita disciplina, mas não é impossível de ser alcançado, inclusive mensalmente. “Se a pessoa tiver o costume de poupar sempre, provavelmente ela está mais tranquila quanto a todos tópicos acima. Todos os meses, não apenas quando receber o 13º, tenha como meta guardar cerca de 30% do recebido para reserva em poupança, fundos de investimento ou outro tipo de aplicação financeira, até mesmo um plano PGBL ou VGBL voltado para a aposentadoria. Muito importante também sempre ter uma reserva para enfrentar aquelas situações imprevisíveis, mas que ocorrem, como essa pandemia que aconteceu em 2020”.
E se o salário e jornada de trabalho foi reduzido, como fica o 13º?
O professor explica que “o décimo terceiro salário em 2020 deve ter um cuidado especial nos cálculos, pois em abril aconteceu a Medida Provisória nº 936, que permitiu a suspensão de contratos de trabalho, além da redução de jornada e salários dos trabalhadores, durante a pandemia da Covid-19. Em julho, a medida virou lei, a 14.020, e no final os prazos de redução e suspensão foram ampliados até dia 31 de dezembro”.
A gratificação natalina é paga anualmente pelos empregadores aos seus trabalhadores com base na quantidade de meses trabalhados e pelo valor base do salário de novembro, 1ª parcela, e dezembro, 2ª parcela. Isso significa que para cada mês de trabalho, a empresa deve pagar ao empregado 1/12 avos do valor do salário do último mês do ano, ou seja, o salário vigente no mês dezembro.
“Se um trabalhador teve suspensão do contrato de trabalho num período de 4 meses, ele não terá mais direito aos 12/12 avos e sim 8/12 avos. Caso o contrato tenha sido reduzido a jornada e o salário, deve-se levar em consideração o fracionamento de no mínimo 15 dias de trabalho no mês civil para que seja computado no 13º salário. O cálculo deve ser realizado de acordo com a redução proporcional da jornada de trabalho de 25%, 50% e 75%. Com exceção da redução de 25%, as demais terão reflexo na diminuição do pagamento do 13º salário deste ano de 2020”.
Essas são dicas simples, mas importantes para começar o ano com o pé direito. O professor João Batista ainda diz que “se conseguir ter disciplina e organização para seguir essas dicas todos os meses do ano, o planejamento financeiro e orçamentário vai começar a acontecer de maneira natural e será possível fazer planejamentos com objetivos maiores, e no curto prazo, como a compra de um imóvel, de um carro, ou até mesmo uma viagem internacional”.
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