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Carreira em geografia: tudo o que você precisa saber

Estudar as interações entre o ser humano e o espaço, analisando fenômenos naturais, sociais, econômicos e culturais que moldam a Terra. Esta é a visão e a carreira em Geografia, que é marcada pela sua ampla abrangência e pela possibilidade de atuação em diversas áreas estratégicas para a sociedade.

É uma visão tão integrada que o geógrafo analisa o comportamento dos vulcões ou terremotos, ao mesmo tempo que faz o planejamento e estudos urbanos de uma cidade. Com uma formação acadêmica que combina conhecimentos das ciências naturais e humanas, o profissional está pronto para enfrentar desafios complexos, como a urbanização crescente, as mudanças climáticas e a gestão sustentável de territórios.

Continue a leitura para mostrarmos tudo sobre esta carreira tão antiga e necessária na construção do nosso passado, presente e futuro!

Conheça a carreira em Geografia!

Ela ajuda na compreensão do espaço geográfico, das dinâmicas ambientais, sociais e econômicas que moldam nosso mundo. Essa área do conhecimento é interdisciplinar, unindo ciências naturais e humanas para estudar a relação entre o ser humano e o ambiente.

Os profissionais de Geografia conseguem analisar fenômenos territoriais, mapeamentos e mudanças climáticas, além de desenvolver soluções para problemas urbanos, ambientais e sociais.

A graduação pode ser em duas modalidades principais: bacharelado e licenciatura. A primeira forma os profissionais para atuarem no mercado de trabalho em áreas técnicas, enquanto a licenciatura capacita professores para lecionar no ensino fundamental e médio.

Quais são as profissões de Geografia?

A formação permite ao profissional atuar em diversas áreas. A mais conhecida e a que introduz a pessoa ao mundo da geografia é a do professor. Ele tem como principal campo de atuação a educação, podendo trabalhar em escolas públicas e privadas. Além disso, há oportunidades no ensino superior, após a conclusão de uma pós-graduação. Professores desempenham um papel fundamental ao ensinar os alunos sobre questões geográficas, ambientais e sociais.

Já o geógrafo é um profissional registrado junto aos conselhos regionais de Engenharia e Agronomia (CREA). Ele trabalha com análise territorial, planejamento urbano e estudos ambientais. Esse profissional é requisitado em projetos de infraestrutura, mapeamento, conservação ambiental e gestão de recursos naturais.

Para a área técnica existe a cartografia, que é voltada para a criação de mapas e representações gráficas do espaço. O cartógrafo usa ferramentas como Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e imagens de satélite para desenvolver mapas detalhados que servem a diferentes finalidades, como navegação, planejamento e gestão territorial.

Quem gosta de atuar com o meio ambiente, o analista ambiental atua em projetos voltados à preservação e recuperação. Ele pode trabalhar em órgãos públicos, ONGs e empresas privadas, elaborando estudos de impacto ambiental, relatórios técnicos e estratégias para a conservação de ecossistemas.

homem com tablet em floresta
O analista ambiental faz estudos de impacto

Com o crescimento das cidades, o planejamento urbano se tornou uma área promissora. Geógrafos participam do desenvolvimento de planos diretores, organização de zonas urbanas e estratégias para a mobilidade e ocupação do solo, promovendo um crescimento sustentável.

Falando em cidades, os geógrafos também podem atuar em análise geopolítica, avaliando conflitos territoriais, recursos naturais e questões globais. Essa profissão é especialmente relevante para órgãos governamentais e empresas que operam internacionalmente.

Por fim, outra profissão em geografia é a climatologia. Essa área envolve o estudo do clima e seus impactos no meio ambiente e nas atividades humanas. O climatologista desenvolve análises de mudanças climáticas, estudos meteorológicos e pesquisas voltadas à sustentabilidade.

Embora as profissões de geógrafo e geólogo compartilhem o interesse pelo estudo do planeta Terra, elas têm enfoques e objetivos distintos. O geógrafo é um profissional que analisa a relação entre o espaço geográfico e as atividades humanas. Ele estuda fenômenos naturais, sociais, econômicos e culturais que moldam o território, focando em temas como urbanização, planejamento urbano, meio ambiente e sustentabilidade.

Já o geólogo tem como foco principal os processos geológicos que moldam o planeta. Esse profissional estuda a composição, estrutura e evolução da Terra, investigando temas como minerais, rochas, fósseis, vulcanismo e tectonismo. A Geologia é uma ciência mais voltada para o estudo do subsolo, sendo essencial em áreas como mineração, exploração de petróleo, engenharia geotécnica e riscos naturais, como terremotos e deslizamentos.

Enquanto o geógrafo trabalha principalmente com o planejamento territorial e o uso sustentável dos recursos, o geólogo está mais envolvido na exploração e manejo dos recursos naturais.

Como está o mercado para a carreira em geografia?

O mercado de trabalho pode variar conforme a especialização do profissional e as demandas regionais. Nos últimos anos, houve um crescimento em áreas como planejamento urbano, estudos ambientais e tecnologia geoespacial, refletindo o aumento das preocupações globais com o meio ambiente e a organização das cidades.

Apesar disso, a competição por vagas em determinadas áreas, como educação e análises ambientais, pode ser acirrada. Portanto, investir em especializações e em conhecimentos complementares é essencial para se destacar.

A capacidade de analisar dados espaciais, compreender dinâmicas territoriais e propor soluções inovadoras torna o geógrafo um profissional indispensável. Ele se torna fundamental para empresas, governos e organizações que buscam responder às demandas de forma sustentável e estratégica.

Qual a melhor área de Geografia?

A resposta depende do perfil e dos interesses de cada profissional. No entanto, algumas áreas se destacam pela demanda no mercado, como a tecnologia geoespacial. O uso de ferramentas como Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e geoprocessamento está em alta. Essa área é uma das mais promissoras para geógrafos que desejam trabalhar com tecnologia e inovação.

Empresas de tecnologia, urbanismo e meio ambiente contratam especialistas em SIG para mapeamento, análise territorial e monitoramento ambiental. É a geoinformação, o estudo e a representação de dados espaciais por meio de computadores. A ciência da geoinformação busca implementar diferentes formas de representar o espaço geográfico de forma computacional. 

homem com teodolito fazendo medição
A geoinformação pode ser usada para monitorar e analisar territórios

O planejamento urbano é uma área estratégica também por causa do crescimento populacional e a expansão das cidades. Geógrafos podem atuar no desenvolvimento de planos diretores, soluções para mobilidade urbana e ocupação do solo, promovendo o crescimento sustentável e organizado. Essa é uma das áreas mais valorizadas, especialmente em regiões metropolitanas.

Além delas, outras áreas como a da educação, meio ambiente, cartografia e geopolítica sempre tiveram mercado. Por isso, tudo depende da qualificação e atualização. Profissionais com habilidades técnicas, domínio de tecnologias avançadas e conhecimento em sustentabilidade encontram espaço em setores estratégicos.

Como são os cargos e especializações?

A diversidade de campo para o geógrafo atuar é sustentada por uma variedade de cargos e especializações, que podem ser escolhidos de acordo com as afinidades e objetivos de cada geógrafo. Os principais cargos em Geografia podem ser:

  •  Professor de Geografia;
  • Geógrafo;
  • Analista de Geoprocessamento;
  • Planejador Urbano;
  • Consultor Ambiental;
  • Cartógrafo;
  • Climatologista.

Para se destacar no mercado, muitos profissionais buscam especializações em áreas específicas. Uma das mais procuradas é a de geoprocessamento e SIG, voltada para o domínio de ferramentas tecnológicas usadas para mapeamento e análise de dados geográficos. É uma área em alta demanda devido ao avanço das tecnologias digitais.

A questão da nossa relação com o espaço que vivemos e com a natureza também gera especialização, como a de gestão ambiental. Ela é focada em estratégias para a conservação ambiental, ideal para quem deseja trabalhar em projetos de sustentabilidade e impacto ambiental.

Os cargos e especializações refletem permitem que o profissional escolha trajetórias que alinhem suas paixões com as demandas do mercado. Seja no setor educacional, ambiental ou tecnológico, há inúmeras oportunidades para contribuir com a sociedade e o desenvolvimento sustentável.

Como é a carreira no setor privado?

O setor privado é rico em oportunidades em áreas técnicas, tecnológicas e estratégicas. Diferentemente do público, que é mais focado em concursos e estabilidade, as empresas valorizam habilidades específicas e o domínio de ferramentas avançadas, oferecendo um ambiente dinâmico e competitivo.

Uma das áreas mais promissoras é a tecnologia geoespacial, fazendo o mapeamento digital e análise de dados geográficos. Empresas de tecnologia, logística, agronegócio e infraestrutura contratam esses profissionais para monitorar territórios, otimizar rotas e planejar projetos territoriais.

Com um trabalho geoespacial, por exemplo, o agricultor consegue analisar o tamanho de área plantada e quanto poderá ser o faturamento no fim de uma safra. Aliás, outra área em crescimento é a de consultoria ambiental, especialmente em empresas que precisam cumprir legislações ambientais ou desenvolver projetos sustentáveis.

Nesses casos, o geógrafo elabora estudos de impacto ambiental, propõe soluções para conservação de recursos naturais e atua no planejamento de ações para mitigar danos ao meio ambiente.

Embora o setor privado exija flexibilidade e constante atualização profissional, ele recompensa com oportunidades de crescimento, projetos desafiadores e salários competitivos. Para se destacar, é fundamental investir em especializações e dominar ferramentas tecnológicas, além de manter-se atualizado com as demandas do mercado e tendências globais.

pessoas adultas estudando em sala de aula
É essencial investir em especializações para quem atua no setor privado

Como é a carreira no setor público?

É a área onde o geógrafo tem a chance de contribuir diretamente com políticas públicas e desenvolvimento territorial. Profissionais da área podem atuar em diversos órgãos governamentais, instituições de pesquisa e empresas públicas, desempenhando funções estratégicas ligadas ao planejamento urbano, preservação ambiental e análise territorial.

Uma das principais formas de ingresso no setor público é por meio de concursos, que oferecem cargos para geógrafos em instituições como prefeituras, secretarias estaduais e federais, e órgãos como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

O IBGE, por exemplo, realiza censos demográficos, estudos territoriais e análises socioeconômicas, essenciais para a formulação de políticas públicas.

No campo do planejamento urbano e regional, geógrafos são fundamentais para o desenvolvimento de planos diretores, zoneamentos ecológico-econômicos e estudos de uso e ocupação do solo. Essas atividades são realizadas em parceria com outros profissionais para promover o crescimento sustentável das cidades.

Outra área de destaque no setor público é a gestão ambiental, onde os geógrafos atuam em projetos de conservação de recursos naturais, recuperação de áreas degradadas e monitoramento de impactos ambientais. Essa atuação é essencial para órgãos ambientais e programas de sustentabilidade.

Apesar da estabilidade oferecida, a carreira no setor público exige atualização constante sobre legislações e tecnologias. Para quem busca contribuir para o desenvolvimento social e ambiental do país, essa é uma carreira promissora e cheia de desafios.

Como é a carreira para quem é empreendedor?

Empreender é uma oportunidade para unir conhecimento técnico com inovação, oferecendo serviços ou produtos especializados que atendam às demandas de mercado. O profissional de Geografia pode transformar suas habilidades em um negócio próprio, aproveitando a crescente demanda por soluções tecnológicas e sustentáveis.

Uma das áreas mais promissoras para empreender é a de geotecnologia, onde é possível criar startups focadas em soluções de mapeamento digital, análise geoespacial e uso de ferramentas como Sistemas de Informações Geográficas (SIG).

Uma startup pode desenvolver, por exemplo, aplicativos de monitoramento territorial para setores como agronegócio, logística e urbanismo. Um empreendedor pode criar um aplicativo para monitorar a colheita, o plantio, monitorar as mudanças climáticas e muito mais.

Outra possibilidade é empreender na consultoria ambiental, oferecendo serviços de estudos de impacto ambiental, regularização fundiária e soluções para preservação de recursos naturais. Empresas de diversos setores, como construção civil e energia, contratam consultores para atender exigências legais e implementar estratégias sustentáveis.

No campo do planejamento urbano e regional, é possível abrir uma empresa especializada em projetos de infraestrutura, mobilidade urbana ou urbanismo sustentável. Startups que propõem soluções inteligentes para cidades, como o mapeamento de áreas de risco ou a gestão de espaços urbanos, têm grande potencial de mercado.

A tecnologia anda de mãos dadas com o empreendedorismo quando falamos de geografia. O profissional pode abrir startups de diversas finalidades, como uma empresa especializada em análise geoespacial para agronegócio e monitoramento de safra.

moça analisando terra em fazenda
Como empreendedor, o profissional pode criar soluções para diversos setores, como o de Agronomia

Outra opção é usar a tecnologia da MapIT e criar uma empresa voltada para planejamento urbano e soluções inteligentes para cidades. Para quem não conhece, o MapIT é uma ferramenta digital projetada para coleta, análise e gestão de dados geoespaciais. Muito utilizada em projetos que envolvem mapeamento, planejamento urbano, agricultura de precisão, gestão ambiental e outras áreas que dependem de informações espaciais detalhadas.

Aliás, a agricultura de precisão, que vem ganhando cada vez mais importância no Brasil, gerou uma economia de 18 milhões de dólares para a SLC. 

Quais os salários e benefícios?

Com tantos cargos e especializações, a remuneração na carreira varia bastante. Além disso, fatores como a formação acadêmica, experiência profissional e localização também influenciam os salários. Apesar dessas variações, a profissão oferece benefícios que vão além da remuneração, como a possibilidade de trabalhar em áreas estratégicas e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

No setor público, os salários para geógrafos geralmente são mais atrativos devido à estabilidade e aos benefícios oferecidos, como aposentadoria diferenciada e planos de saúde. Concursos públicos para órgãos como IBGE, IBAMA ou prefeituras oferecem remunerações iniciais que variam entre R$ 3,5 mil e R$ 6 mil, dependendo do nível de escolaridade e do cargo ocupado. Com a progressão na carreira, esses valores podem ultrapassar R$ 10 mil mensais.

No setor privado, os salários variam mais amplamente. Profissionais iniciantes em áreas como geoprocessamento ou planejamento urbano recebem, em média, entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil mensais. Com especializações e experiência, esses valores podem alcançar entre R$ 7 mil e R$ 12 mil, ainda mais em cargos de liderança ou consultoria estratégica.

Tanto no setor público quanto no privado, a carreira oferece benefícios atrativos. Além de salários competitivos, profissionais podem ter acesso a planos de saúde, vales (alimentação e transporte), bônus por metas e programas de capacitação. No caso do setor público, a estabilidade e as possibilidades de progressão por meio de títulos e tempo de serviço são vantagens significativas.

Qual área da geografia ganha mais?

Entre as diversas áreas, algumas se destacam por oferecer os maiores salários. A tecnologia geoespacial, por exemplo, é uma das mais lucrativas. Profissionais especializados em geoprocessamento, SIG (Sistemas de Informações Geográficas) e análise de dados geoespaciais estão em alta demanda, especialmente em setores como agronegócio, logística e tecnologia.

A consultoria ambiental também é uma área de alta remuneração. Geógrafos que elaboram estudos de impacto ambiental ou oferecem soluções para compliance ambiental em grandes empresas podem ganhar valores significativos, especialmente se atuarem como consultores independentes.

Outra área lucrativa é o planejamento urbano e regional, onde os geógrafos participam de grandes projetos de infraestrutura, mobilidade urbana e urbanismo sustentável. Cargos em grandes empresas ou contratos com governos para o desenvolvimento de planos diretores podem oferecer salários acima da média do mercado.

A carreira apresenta uma ampla faixa salarial e benefícios, com variações de acordo com o setor e a área de especialização. Enquanto o setor público oferece estabilidade e remunerações consistentes, o setor privado proporciona maiores possibilidades de crescimento financeiro para quem investe em especializações e habilidades técnicas.

moça explicando projeto ESG para colegas
O setor privado oferece muitas oportunidades para quem se forma em Geografia

Qual a cultura e desafios da carreira?

A cultura é marcada pelo compromisso com o desenvolvimento sustentável e a busca por soluções que integrem aspectos sociais, econômicos e ambientais. Geógrafos são profissionais com uma visão ampla e holística, capazes de compreender as interações entre o ser humano e o espaço geográfico, o que influencia a forma como trabalhar e enfrentar desafios.

A responsabilidade ambiental é algo que está enraizado no geógrafo, assim como a busca por inovações que contribuem para o bem-estar coletivo. Esses profissionais têm o compromisso de interpretar e propor soluções para questões territoriais, urbanas, ambientais e sociais, sempre com uma abordagem científica e prática.

Um aspecto cultural forte na Geografia é a colaboração. Projetos em áreas como planejamento urbano, gestão ambiental ou análise geoespacial geralmente envolvem equipes multidisciplinares, incluindo engenheiros, arquitetos, biólogos e economistas. Isso exige habilidades de comunicação, trabalho em equipe e liderança, além de uma visão integrada.

Quais os desafios?

Um dos principais desafios é o reconhecimento profissional, já que, muitas vezes, o papel do geógrafo é subestimado ou confundido com outras áreas, como engenharia ou biologia. Isso pode dificultar a valorização da profissão no mercado.

Outro desafio é a competitividade, com o mercado exigindo que os profissionais sejam altamente sofisticados, o que pede investimentos em especializações, domínio de tecnologias avançadas e fluência em idiomas, especialmente inglês, para lidar com informações globais.

Aliás, pode até não parecer, mas a constante atualização tecnológica também é um desafio. O uso de ferramentas como Sistemas de Informações Geográficas (SIG), drones e softwares de mapeamento exige que os profissionais estejam sempre aprendendo e acompanhando inovações.

A instabilidade em determinadas áreas de atuação também é um desafio, especialmente em consultoria ambiental e planejamento urbano. Elas dependem de políticas públicas e investimentos governamentais ou privados. Mudanças na economia e na legislação podem impactar diretamente a demanda por esses serviços.

Para superar esses desafios, é fundamental que os profissionais da Geografia invistam em qualificação constante e networking. Participar de eventos, associações profissionais e projetos colaborativos ajuda a fortalecer a visibilidade e a relevância da profissão.

Quais os principais sindicatos e associações profissionais?

Uma das principais entidades é o Conselho Federal de Geografia (CFG), que regulamenta a profissão em âmbito nacional. Ele é responsável por promover a ética e a capacitação dos geógrafos, além de orientar sobre as normas legais e garantir a qualidade do exercício profissional. O Conselho possui uma estrutura que inclui conselhos regionais em diferentes estados, que trabalham em parceria para regulamentar a atuação dos geógrafos em todo o Brasil.

Além deste, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), embora seja uma instituição pública, tem grande influência na profissão, sendo responsável por vários estudos e censos que orientam políticas públicas e ações de planejamento territorial. O IBGE oferece diversas oportunidades para geógrafos em áreas como cartografia, geoprocessamento e planejamento urbano.

pessoas fazendo maquete de cidade sustentável
No IBGE é possível trabalhar com planejamento urbano

Outra importante associação é a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), que visa a integração dos profissionais, com foco em questões acadêmicas e sociais. A AGB realiza eventos, seminários e publicações que contribuem para a troca de conhecimento e para a formação contínua dos geógrafos.

O Sindicato dos Geógrafos também é uma entidade importante, especialmente no aspecto trabalhista, defendendo os direitos da classe, negociando com empregadores e atuando na busca por melhores condições de trabalho.

A Sociedade Brasileira de Geografia é uma organização que tem como objetivo estudar e conhecer os fatos e documentos relativos à geografia do Brasil. Foi fundada em 1883, na cidade do Rio de Janeiro, e originalmente chamava-se “Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro”. A denominação atual foi adotada a partir de 1945. 

Essas organizações oferecem uma base sólida de suporte e representam os geógrafos em várias frentes, garantindo o fortalecimento da profissão e a construção de uma carreira mais reconhecida e valorizada.

Quais as regulamentações e ética profissional?

No Brasil, a profissão de geógrafo é regulamentada pela Lei nº 6.664, de 26 de junho de 1979, que estabelece que as atividades exclusivas desse profissional incluem a análise, planejamento e gestão do território. Além disso, a fiscalização do exercício profissional é feita pelo Conselho Federal e pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CONFEA/CREA), garantindo que as práticas estejam em conformidade com os padrões técnicos e éticos estabelecidos.

A ética profissional do geógrafo envolve um compromisso com o bem-estar social e a sustentabilidade ambiental. Em seu código de conduta, é esperado que o geógrafo atue com imparcialidade, respeitando as diversidades sociais, culturais e ambientais. O profissional deve zelar pelo uso responsável dos recursos naturais e pela preservação do meio ambiente, contribuindo para um desenvolvimento territorial equilibrado e sustentável.

Uma das áreas de atuação em que a ética se faz presente é o Planejamento Regional, onde os geógrafos estudam a organização do espaço urbano, considerando aspectos sociais, econômicos e ambientais. A elaboração de planos diretores, por exemplo, requer uma análise regional criteriosa para equilibrar o crescimento das cidades com a preservação ambiental e a qualidade de vida da população. A ética nesse campo exige que o profissional considere os impactos sociais de suas decisões, buscando soluções que beneficiem todas as camadas da sociedade.

Na gestão de Recursos Hídricos, os geógrafos atuam na análise e preservação das bacias hidrográficas, sendo responsáveis por elaborar planos de manejo sustentável da água. A ética profissional impõe a necessidade de equilibrar o uso desse recurso para atividades humanas, como agricultura e abastecimento urbano, com a conservação dos ecossistemas aquáticos. A atuação dele deve sempre buscar soluções que garantam a sustentabilidade hídrica, prevenindo conflitos pelo uso da água e protegendo os mananciais para as gerações futuras.

moça monitorando água de rio
Na área de recursos hídricos, o profissional atua com a preservação das bacias hidrográficas

Quais os desafios e perspectivas futuras?

A geografia é uma ciência dinâmica que enfrenta constantes desafios no contexto contemporâneo, exigindo uma atualização contínua e a integração de novas tecnologias. O futuro da geografia, no entanto, também apresenta inúmeras oportunidades, ainda mais em áreas como Geografia Física, Econômica, Ciências da Terra, Análise Espacial e Estudos de Meio Ambiente.

Um dos maiores desafios é a necessidade de lidar com a complexidade e a interdependência das questões globais, como mudanças climáticas, crescimento populacional e urbanização acelerada. No campo da Geografia Econômica, a dificuldade está em entender e prever como as dinâmicas econômicas globais impactam as regiões de maneira desigual, causando disparidades sociais e ambientais. Os geógrafos precisam fornecer soluções que considerem tanto as necessidades econômicas quanto a sustentabilidade, enfrentando pressões políticas e econômicas que privilegiam o crescimento a curto prazo.

Além disso, nas Ciências da Terra, os desafios envolvem a previsão e mitigação de desastres naturais, como terremotos, deslizamentos de terra e erupções vulcânicas. A crescente demanda por estudos geológicos e geofísicos, que integrem dados ambientais e sociais exige dos geógrafos uma abordagem multidisciplinar. Isso faz com que ele combine conhecimentos científicos com soluções práticas para a gestão de riscos e a preservação dos recursos naturais.

Qual o papel da análise espacial na resolução de problemas?

Ela vem se destacando como uma ferramenta para enfrentar os desafios contemporâneos. Com o avanço da tecnologia, os geógrafos agora têm acesso a imagens de satélite e modelos de inteligência artificial, que permitem analisar grandes volumes de dados espaciais em tempo real.

No entanto, o desafio está em capacitar profissionais para lidar com essas tecnologias de maneira eficiente e ética, garantindo que as decisões baseadas nesses dados sejam precisas e inclusivas.

O uso de análise espacial também é crucial para a gestão de cidades inteligentes, planejamento de infraestrutura e monitoramento ambiental, oferecendo soluções para problemas urbanos e rurais. Essa capacidade de integrar tecnologia e geografia amplia o papel do geógrafo na sociedade, tornando-o um profissional indispensável em diversas áreas.

Como o geógrafo atua nas mudanças climáticas?

Com o avanço das mudanças climáticas, a atuação do geógrafo torna-se ainda mais crucial. A profissão exige a elaboração de estratégias para mitigar os efeitos dessas mudanças e adaptar as comunidades aos novos cenários climáticos. Seja na análise de riscos ambientais, no planejamento de áreas suscetíveis a desastres naturais ou na formulação de políticas de adaptação, o geógrafo deve priorizar a proteção das populações vulneráveis e a preservação dos recursos naturais.

Isso também tem a ver com o uso correto do solo. Esta é uma área em que a atuação do geógrafo se destaca na gestão territorial. O profissional deve propor soluções que conciliem as necessidades humanas com a preservação ambiental, evitando práticas que levem à degradação do solo, como desmatamento e urbanização descontrolada. O respeito à legislação ambiental e ao bem-estar coletivo deve ser sempre uma prioridade.

caminhonete do ibama em madeireira
O geógrafo atua com a preservação do solo e seu uso sustentável

Um exemplo de como o trabalho do geógrafo é importante nas mudanças climáticas foi com as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.  Com a atuação de um profissional em geografia, é possível prever as mudanças climáticas e o que a chuva poderia causar. O monitoramento e alertas fazem com que faz com que tenha uma preparação e resposta.

“Nós conseguimos fazer a previsão do evento e emitir o alerta de que aquele evento pode ocorrer. E nós também estamos preparados para responder quando o evento acontece. Mas na percepção de risco não avançamos quase nada no Brasil”, explica Osvaldo Moraes,  diretor de Clima e Sustentabilidade do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Como ingressar na carreira?

Ser um geógrafo requer uma combinação de formação acadêmica sólida, desenvolvimento de competências técnicas e conhecimento das demandas do mercado de trabalho. Neste texto, o primeiro passo para ingressar na carreira é a obtenção de um diploma em Geografia. O curso, geralmente de quatro anos, pode ser encontrado em diversas universidades públicas e privadas no Brasil.

Durante a graduação, o estudante tem contato com disciplinas que abrangem tanto o aspecto físico quanto o humano da geografia, como climatologia, geomorfologia, geomática, sociologia e planejamento urbano. A Geomática, por exemplo, usa a uma abordagem sistemática, integra todos os meios utilizados para a aquisição e gerenciamento de dados espaciais necessários como parte de operações científicas, administrativas, legais e técnicas envolvidas no processo de produção e gerenciamento de informação espacial.

A cartografia é uma das disciplinas fundamentais no curso, sendo essencial para a representação e interpretação de dados geoespaciais. O domínio dessa área, como a cartografia temática, permite ao geógrafo elaborar mapas precisos e detalhados, essenciais em diversas áreas, como planejamento urbano, gestão ambiental e monitoramento de recursos naturais.

Outro campo de grande relevância é a demografia, que estuda a dinâmica populacional e suas implicações socioeconômicas e ambientais. Compreender a distribuição, o crescimento e as características da população é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas e planejamento territorial, áreas em que o geógrafo pode atuar diretamente.

Como é a preparação para o mercado de trabalho?

Ela exige que o geógrafo desenvolva competências técnicas e práticas que vão além da sala de aula. O geoprocessamento, por exemplo, é uma habilidade cada vez mais requisitada. Ele envolve o uso de tecnologias como Sistemas de Informação Geográfica  e sensoriamento remoto para a coleta, análise e interpretação de dados espaciais. O domínio dessas ferramentas é primordial para profissionais que desejam atuar em setores como engenharia, meio ambiente, planejamento urbano e consultorias.

Participar de estágios durante a graduação é uma maneira eficaz de adquirir experiência prática e ampliar a rede de contatos. O mercado de trabalho valoriza profissionais com vivência em projetos reais, e os estágios oferecem essa oportunidade, permitindo ao estudante aplicar os conhecimentos teóricos em situações concretas.

moça anotando em prancheta o que homem em fazenda fala
O estágio ajuda a ganhar experiência prática

A geografia também oferece diversas possibilidades de especialização, sendo a ecologia e a geografia humana as principais áreas em ascensão. Ela estuda as interações entre as populações humanas e o meio ambiente, considerando aspectos sociais, culturais e ecológicos. Os geógrafos especializados nessa área podem trabalhar com planejamento ambiental, educação ambiental e políticas de sustentabilidade, áreas de grande relevância no cenário atual de mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.

Com uma preparação adequada e dedicação, o geógrafo está apto a contribuir para a construção de um mundo mais equilibrado e sustentável, sendo um profissional indispensável em diversas áreas.

Quais os caminhos e educação necessária?

Para ingressar e se destacar nessa carreira, é necessário trilhar um caminho que envolve uma sólida formação acadêmica e um aprofundamento teórico. Neste último ponto, é essencial o aluno conhecer importantes pensadores da área, como Milton Santos, Ruy Moreira, Emmanuel de Martonne, James Lovelock e David Harvey. Cada um deles trouxe perspectivas fundamentais para a construção do pensamento geográfico contemporâneo, influenciando as práticas e as teorias que guiam a profissão hoje.

Portanto, o primeiro passo para se tornar geógrafo é a conclusão do curso superior em Geografia, oferecido em diversas universidades públicas e privadas no Brasil e no mundo. Durante a graduação, o estudante irá conhecer personagens como o geógrafo francês Emmanuel de Martonne, considerado um dos fundadores da geografia moderna. Ele é frequentemente estudado nas disciplinas de geografia física devido à sua contribuição para a delimitação e caracterização das regiões naturais.

A geografia humana ganha profundidade com as obras de Milton Santos, um dos maiores geógrafos brasileiros. Sua visão crítica enfatizava o papel das desigualdades sociais e a globalização no espaço geográfico. Suas ideias são fundamentais para entender como a geografia pode contribuir para a justiça social, ainda em regiões urbanas marcadas por contrastes econômicos.

Aliás, para o professor da UnB (Universidade de Brasília), Rafael Sanzio, ao olhar as cidades brasileiras é possível ver a segregação espacial no território. “A política do processo de formação territorial no Brasil, nos últimos cinco séculos, tem se configurado por desigualdade na sua estrutura social e pelos lugares segregados. O espaço geográfico é a melhor instância de observação e percepção do que efetivamente ocorre no país”, afirma o professor, que é geógrafo.

Outro brasileiro de destaque, Ruy Moreira, defende uma abordagem filosófica e crítica da geografia, argumentando que o geógrafo deve questionar a realidade e propor alternativas para transformar o espaço de forma consciente e ética. Sua visão influencia a formação de profissionais comprometidos com o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social.

Quais os personagens internacionais?

Na perspectiva global, David Harvey é um geógrafo britânico cujas contribuições são essenciais para a compreensão do espaço urbano sob a ótica do marxismo. Suas análises sobre o impacto do capitalismo no desenvolvimento das cidades são amplamente debatidas nas disciplinas de planejamento urbano e geografia econômica. Portanto, suas ideias se tornaram fundamentais para os profissionais que buscam entender e intervir nos processos de urbanização desigual.

A integração entre a geografia física e as questões ambientais é enriquecida pelas ideias de James Lovelock, criador da Hipótese Gaia, que propõe a Terra como um sistema autorregulador. Suas contribuições são especialmente relevantes para os estudantes que se interessam por temas como mudanças climáticas, sustentabilidade e ecologia, áreas cada vez mais cruciais na formação do geógrafo moderno.

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Como se qualificar?

Para se qualificar na área de Geografia, é fundamental buscar uma formação sólida que integre conhecimento teórico e prático. O curso de Geografia da Anhanguera oferece uma excelente oportunidade para isso. Com disciplinas que abordam geografia física, humana e regional, além de proporcionar práticas em pesquisa, análise espacial e planejamento territorial, essa graduação forma profissionais preparados para os desafios contemporâneos.

A Anhanguera disponibiliza o curso em modalidades presencial, semipresencial e 100% online, com recursos modernos, como o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que facilita o acesso a conteúdo interativos e suporte contínuo de tutores. Além disso, o curso é reconhecido pelo MEC, o que garante sua qualidade e aceitação no mercado de trabalho​

Se você se interessou pela carreira em Geografia, podem optar por diversas formas de ingresso, como vestibular, ENEM, e transferência externa. Com flexibilidade e excelência acadêmica, a Anhanguera é uma escolha ideal para quem deseja construir uma carreira promissora em Geografia. Faça sua matrícula hoje mesmo!

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