Medo, raiva, tristeza, alegria: os sentimentos e emoções têm seus papéis na educação infantil. Eles ajudam a criança a desenvolver suas competências emocionais, o que é essencial para a saúde mental infantil.
Inclusive, o filme Divertida Mente 2, lançado em junho de 2024, mostra a importância de todas as emoções, destacando que nenhuma delas é ruim. No contexto das emoções na educação infantil, a presença ativa dos pais é indispensável.
Para isso, é necessário que eles entendam sobre inteligência emocional. Assim, compreender as emoções na educação infantil se torna uma tarefa mais leve e os pequenos são preparados desde cedo para lidar com conflitos emocionais e construir relações interpessoais saudáveis.
Desenvolver as emoções na educação infantil traz inúmeras vantagens, como empatia, autocontrole e maior resiliência infantil. Crianças que aprendem a gerenciar suas emoções tendem a ter um melhor bem-estar emocional. Do contrário, podem desenvolver vários transtornos emocionais, como ansiedade.
Entenda neste guia como contribuir para o desenvolvimento das emoções na educação infantil dos seus filhos. Boa leitura!
A importância de trabalhar as emoções na educação infantil
Segundo o artigo História da Saúde Mental Infantil: a Criança Brasileira da Colônia à República Velha, elaborado por Paulo Rennes Marçal Ribeiro, a saúde mental infantil no Brasil, enquanto campo de intervenção, cuidados e estudos sobre a criança, não teve nada estruturado ou sistematizado até o século XIX, quando surgiram as primeiras teses em psicologia e em psiquiatria, e quando foi criado o primeiro hospital psiquiátrico brasileiro – o Hospício D. Pedro II, em 1852 – seguido de vários outros ao longo do território nacional.
Apenas na segunda metade do século XIX surgem os primeiros jardins de infância (no Rio de Janeiro e na Bahia, em 1875, e em São Paulo, em 1877) e as primeiras creches (no Rio de Janeiro, em 1889).
Já na República Velha (entre 1889 a 1930), tem-se um fortalecimento da preocupação com os cuidados assistenciais para as crianças. Na época, essas iniciativas eram particulares, mas com características filantrópicas e assistencialistas.
Portanto, no passado, a educação das crianças não envolvia atenção as suas emoções. Os pais geralmente tinham muitos filhos e, os mais velhos cuidavam dos mais novos.
A ausência de suporte emocional, muitas vezes, resultava em crianças com dificuldades para desenvolver suas habilidades socioemocionais. Afinal, suas necessidades emocionais eram ignoradas. A prioridade era a sobrevivência e o cumprimento de tarefas diárias, sem espaço para o amadurecimento dos seus sentimentos.
Hoje, o acesso à informação possibilitou uma compreensão maior sobre a importância das emoções na educação infantil. Pais e educadores já reconhecem a relevância disso e da educação positiva.
O objetivo de trabalhar as emoções na educação infantil é proporcionar um desenvolvimento saudável e equilibrado. Prova disso é uma pesquisa divulgada no Extra, ainda de 2021, que mostrou que o suporte emocional da família melhora significativamente o desempenho escolar dos alunos.
O cuidado com as emoções da criança contribui para que elas aprendam a lidar com desafios, desenvolvam a resiliência e várias habilidades sociais. Além disso, pequenos que aprendem a reconhecer e expressar suas emoções são menos propensos a desenvolver transtornos emocionais e comportamentais.
Afinal, como trabalhar as emoções na educação infantil?
Trabalhar as emoções na educação infantil é essencial para o desenvolvimento integral das crianças. Confira algumas estratégias que os pais podem aplicar, pois contribuem positivamente com o desempenho educacional dos pequenos:
Faça uma escolha assertiva da escola
Os pais devem escolher uma escola que valorize o desenvolvimento emocional das crianças, pois isso contribui para o bem-estar e a saúde mental infantil.
Portanto, visite a escola, converse com a equipe pedagógica e observe como as emoções são trabalhadas no dia a dia. Essa escolha garante que a instituição esteja alinhada com o desenvolvimento emocional dos pequenos e também com os valores da família.
Leia também sobre adaptação escolar clicando aqui.
Mantenha um acompanhamento pediátrico regular
Manter um acompanhamento pediátrico regular é essencial para monitorar o desenvolvimento da criança de maneira geral.
Consultas frequentes ajudam a identificar possíveis transtornos emocionais em tempo hábil, permitindo intervenções precoces. Os pais devem seguir as recomendações do pediatra, observar os comportamentos dos filhos e discutir com o profissional qualquer preocupação sobre as emoções.
Educação parental
Pais que, além de desenvolver a inteligência emocional, também entendem sobre as fases do desenvolvimento infantil, conseguem lidar melhor com os desafios emocionais dos filhos.
Aqui, valem as mesmas orientações do tópico anterior: buscar conhecimento sobre o tema.
Desenvolva a inteligência emocional
Pais emocionalmente inteligentes influenciam positivamente o desenvolvimento dos filhos. Afinal, eles conseguem reconhecer e gerenciar suas próprias emoções e, assim, conseguem ser bons exemplos para as crianças.
Além disso, quando têm conhecimento sobre o tema, os pais evidenciam uma maior facilidade para entender os comportamentos dos filhos.
Participar de workshops, ler livros e realizar cursos sobre inteligência emocional ajudam os pais a melhorar suas habilidades nesse aspecto.
Comunicação familiar
Criar um ambiente seguro, onde as crianças se sentem à vontade para expressar o que sentem, contribui para que os pequenos entendam o quanto seus sentimentos são relevantes.
Para isso, os pais devem reservar um tempo diário para conversar com os filhos, ouvindo-os ativamente e mostrando interesse em suas preocupações. Essa atitude deve virar um hábito a ser incluído na rotina da família.
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O papel dos pais na educação emocional
Desde cedo, os pais devem cultivar um ambiente emocionalmente seguro e acolhedor em casa, reconhecendo e validando as emoções das crianças e, o mais importante: sem julgamento.
O papel dos pais na educação emocional dos filhos reside em ajudar as crianças a identificarem suas emoções, entenderem suas causas e desenvolverem estratégias saudáveis para lidar com elas.
Na prática, isso pode ser feito por meio do incentivo de momentos de reflexão, diálogo aberto sobre sentimentos e também do suporte durante momentos de frustração ou tristeza.
Afinal, quando a família oferece suporte emocional, a criança, que um dia será adolescente e entrará na fase adulta, será capaz de lidar com suas próprias emoções no futuro. Além disso, elas serão capazes, até mesmo de reconhecer quando precisam de ajuda profissional.
“É fundamental haver um olhar contextualizado e integral para o jovem de tal forma que garanta um desenvolvimento saudável e um aprendizado efetivo.”
Mayra Antonelli Ponti, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).
>> Aproveite e leia também: Como trabalhar em home office com crianças pequenas em casa?
Ensinar brincando: atividades sobre emoções na educação infantil
Nada melhor do que aprender brincando, concorda?
E, o melhor de tudo é que, quando o assunto são as emoções dos pequenos, algumas atividades para o desenvolvimento da inteligência emocional nas crianças podem ser aplicadas. Confira algumas:
1. Jogo das Emoções
O Jogo das Emoções é uma atividade divertida e educativa para pais e filhos explorarem juntos o entendimento das emoções.
Para começar, os pais podem fazer mímicas ou desenhar imagens que representem diferentes emoções. Durante o jogo, eles incentivam a criança a identificar qual emoção está representada.
Essa brincadeira ajuda as crianças a visualizarem suas emoções, e é importante para que se sintam à vontade em falar sobre elas para os pais.
2. Ler histórias e representar as emoções
Nessa brincadeira, os pais podem escolher livros infantis que exploram temas como amizade, superação de desafios e aceitação das emoções. Durante a leitura, é importante discutir sobre como os personagens se sentem em diferentes situações e o porquê.
Além de contribuir para o entendimento das emoções, essa atividade também fortalece o vínculo entre pais e filhos através da comunicação aberta sobre sentimentos.
3. Jogo do Espelho Emocional
O Jogo do Espelho Emocional permite que pais e crianças expressem suas emoções por meio de gestos faciais e corporais.
A brincadeira começa com os pais mostrando a expressão facial de uma emoção específica, como alegria ou tristeza, e pedindo para a criança imitar. Em seguida, eles podem trocar de papéis, permitindo que o pequeno escolha uma emoção para os pais imitarem.
4 Livros que ensinam sobre inteligência emocional infantil
Além das brincadeiras, a leitura de livros contribui para o entendimento do universo das emoções infantis. Confira algumas obras são indicadas para os pequenos:
- Eu e meus sentimentos: um guia para as crianças entenderem suas emoções e aprenderem a se expressar (Vanessa Green Allen): livro voltado para as crianças entre 7 a 10, que ajuda os pequenos a entenderem suas emoções e como expressá-las. Traz ideias e exercícios de forma lúdica.
- Como eu me sinto…Quando me importo com os outros (Cornelia Maude Spelman): obra também voltada para as crianças que, por meio de uma linguagem simples e tranquila, ajuda as crianças a lidarem com seus sentimentos e a relacionar-se bem com os outros.
- Está tudo bem – Seja gentil com você mesmo quando as coisas não dão certo (Wendy O’Leary): por meio de exercícios, como a repetição de frases, este livro mostra à criança o poder da autocompaixão quando as coisas saem diferentes de suas expectativas.
- Por que não posso? Um livro sobre regras (Sue Graves): obra que contribui para o entendimento das crianças sobre o cumprimento de regras, tanto no âmbito familiar quanto na escola. Apesar do tema, a linguagem é simples e lúdica.
Vale lembrar que, caso a criança ainda não saiba ler, os pais podem fazer leituras dessas obras infantis com os pequenos.
Em um primeiro momento, lidar com as emoções e sentimentos da criança, principalmente durante a fase escolar, pode ser um desafio. Contudo, o segredo está em buscar conhecimento especializado para entender os pequenos e, assim, garantir mais leveza durante todo este processo.
Para isso, é importante que os pais estudem sobre inteligência emocional e façam terapia para compreenderem suas próprias emoções. Apostar em cursos sobre maternidade e paternidade também é essencial para conduzir as situações com os pequenos de maneira assertiva.
Indicamos, mais especificamente, o curso EAD de Paternidade Ativa da Anhanguera em parceria com a Revista Pais e Filhos. A formação oferece aulas ministradas por grandes pais e profissionais, como Marcos Piangers, Christian Dunker, e Dr. Igor Padovesi.
Entre os tópicos abordados, estão:
- A história do patriarcado e seus impactos
- Participação ativa na criação dos filhos
- Prática da paternidade Desde a gravidez
- Rede de apoio e a dificuldade em pedir ajuda
- Transformação da paternidade contemporânea
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